Resumo de Livro

Carlos Drummond de Andrade – Estilo Literário

Carlos Drummond, como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções usuais. Segue a libertação proposta por Mário e Oswald de Andrade; com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, mostrando que este não depende de um metro fixo (impulso rítmico). Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade.

Quando se diz que Drummond foi o primeiro grande poeta a se afirmar depois das estreias modernistas, não se está querendo dizer que Drummond seja um modernista. De fato herda a liberdade linguística, o verso livre, o metro livre, as temáticas cotidianas. Mas vai além. “A obra de Drummond alcança — como Fernando Pessoa ou Jorge de Lima, Herberto Helder ou Murilo Mendes — um coeficiente de solidão, que o desprende do próprio solo da História, levando o leitor a uma atitude livre de referências, ou de marcas ideológicas, ou prospectivas”, afirma Alfredo Bosi (1994).

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Temas típicos de Drummond

  • O Indivíduo: “um eu todo retorcido”. O eu lírico na poesia de Drummond é complicado, torturado, estilhaçado. Vale ressaltar que o próprio autor já se definia no primeiro poema de seu primeiro livro (Alguma Poesia) como um gauche, ou seja, alguém desajeitado, deslocado, tímido, posição que marca presença em toda sua obra.
  • A Terra Natal: a relação com o lugar de origem, que o indivíduo deixa para se formar.
  • A Família: O indivíduo interroga, sem alegria e sem sentimentalismo, a estranha realidade familiar, a família que existe nele próprio.
  • Os Amigos: “cantar de amigos” (título que parafraseia com as Cantigas de Amigo). Homenagens a figuras que o poeta admira, próximas ou distantes, de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, de Machado de Assis a Charles Chaplin.
  • O Choque Social. O espaço social onde se expressa o indivíduo e as suas limitações face aos outros.
  • O Amor: Nada romântico ou sentimental, o amor em Drummond é uma amarga forma de conhecimento dos outros e de si próprio.
  • A Poesia. O fazer poético aparece como reflexão ao longo da sua poesia.
  • Exercícios lúdicos, ou poemas-piada. Jogos com palavras, por vezes de aparente inocência naïf.
  • A Existência: a questão de estar-no-mundo.

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