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Prova do Enem 2020 será aplicada em meio à pandemia

A edição de 2020 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), deverá ser aplicada nos dias 17 e 24 de janeiro (versão impressa). Nas redes sociais muitos estudantes vem pedindo um novo adiamento das provas em função da pandemia do coronavírus.

De acordo com médicos especialistas em infectologia, existe atualmente um agravamento da pandemia ocasionada pelo Covid-19, com um aumento significativo no número de casos do vírus em decorrência das aglomerações dos feriados de fim de ano e das férias de verão.

O país mais uma vez está registrando cerca de mil mortes por dia, além de enfrentar as UTIs trabalhando em capacidade máxima de lotação. De acordo com o monitoramento feito pelo Imperial College de Londres, situado no Reino Unido, o índice de contaminação também aumentou.

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Mesmo com esse fato, embora os estudantes e as entidades tenham pressionado os órgãos responsáveis para o adiamento do Enem, a justiça negou o pedido e as provas seguem confirmadas para os dias 17 e 24 de janeiro.

Daniel Lahr, professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), afirma que: “A curva [de infectados] vai subir. É um momento muito sério”.

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que é o órgão responsável pela aplicação das provas do Enem, assegura que todas as regras para evitar a contaminação serão seguidas à risca, tais como: a diminuição do número de alunos por sala, disponibilização do álcool em gel nos locais onde as provas serão aplicadas, salas exclusivas para uso dos grupos de risco e distanciamento seguro entre as mesas.

Os candidatos que estiverem manifestando os sintomas do vírus terão a oportunidade da realização do exame em outro dia.

Segundo a infectologista Raquel Stucchi, que atua junto a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), afirma que não tem como precisar com exatidão uma quantidade correta de pessoas por sala, uma vez que o cálculo para isso pode variar de acordo com:

  • o tamanho do espaço;
  • o tipo de ventilação;
  • a distância entre as pessoas;
  • a obediência aos protocolos sanitários exigidos para segurança das pessoas, como uso de máscaras e de álcool gel.

É necessário manter o espaço de 1,5 a 2 metros entre as mesas.

Nos Estados Unidos, a Universidade de Colorado, desenvolveu uma calculadora que oferece dados e expõe os riscos de contaminação de acordo com as condições de cada local. Em uma simulação feita pelo software, foram inseridas as seguintes informações para o cálculo:

  • sala de aula de 25 m de largura, 35 m de comprimento e 4 m de altura;
  • 30 pessoas;
  • 28ºC de temperatura;
  • 4 horas de exposição;
  • dois domingos de aplicação da prova;
  • 100% das pessoas com máscara adequada;
  • ventilação natural.

Se, por acaso houver um candidato contaminado, o risco de exposição dos outros 29 alunos serem contaminados pela doença é de 4,25%, segundo a universidade.

Ventilação nas salas

Com o objetivo de minimizar risco de contaminação do novo coronavírus, as salas onde serão aplicadas as provas deverão possuir ventilação natural. Stucchi alerta para a estação climática, visto que estamos no verão, época do ano em que as temperaturas são elevadas na maior parte do país.

“Se estiver muito calor, o ventilador e o ar-condicionado podem ser ligados, desde que as janelas estejam abertas, com tudo fechado ou se não houver janela, eles se tornam vilões que colaboram para a transmissão da Covid.”

O professor Lahr faz um adendo com relação a ventilação: “Há modelos de ar-condicionado com filtro que expulsam o ar do ambiente. São os únicos que não oferecem riscos”, afirma.

Importância do uso da máscara no dia das provas

Lahr alerta que, para ter um efetivo combate do coronavírus, “o efeito da máscara é fantástico”, uma vez que a principal forma de contágio da Covid-19 é através das gotículas de saliva que circulam no ar.

“Mas existe também uma segunda via, por aerossóis. São partículas da respiração muito menores, que têm menos risco de chegar até outra pessoa. Só que, em um espaço pequeno, com muita gente, pouca ventilação e um tempo prolongado de convivência, o ambiente fica saturado. A máscara não vai conseguir segurar”, ressalva, Lahr.

Ambos os especialistas que atuam na área da saúde e pesquisa afirmam que o correto é fazer uso da máscara, além de, no dia do exame, levar 2 para fazer a troca no loca. “No calor, a chance de o tecido ficar úmido com a respiração é grande. Aí, o candidato pode levar uma segunda máscara em um saquinho plástico para trocar. Se pegar transporte público para ir até o local da prova, é bom levar mais outra”, lembra Raquel Stucchi.

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