Filosofia

Filósofo: Walter Benjamin

Walter Benjamin (1892-1940) é um filósofo e crítico cultural cuja obra transcende fronteiras disciplinares, incluindo filosofia, literatura, arte e crítica social. Sua relevância no campo da filosofia reside na maneira como ele articula a experiência estética e a crítica da modernidade, especialmente em um contexto marcado pelas transformações sociais e tecnológicas do século XX. Benjamin, influenciado pelo ideário marxista e pela teoria crítica, oferece uma análise profunda da cultura contemporânea e do papel da arte na sociedade, tópicos frequentemente abordados nas provas do vestibular e do Enem.

Vida e contexto histórico

Benjamin nasceu em Berlim, em uma família de origem judia, e viveu em um período turbulento que incluiu duas guerras mundiais e a ascensão do fascismo na Europa. Sua formação acadêmica foi pautada por uma ampla gama de influências, incluindo o idealismo alemão, especialmente Hegel, e a tradição estética de Kant e Schopenhauer. A partir de 1933, devido à ascensão nazista, Benjamin deixou a Alemanha e passou a viver em Paris, onde continuou a desenvolver suas teorias até sua morte em 1940, enquanto tentava fugir para os Estados Unidos.

Principais obras e conceitos

Walter Benjamin produziu uma vasta obra, porém algumas de suas principais contribuições podem ser observadas em textos como “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, “As teses sobre o conceito de história”, e “A crítica da violência”. Esses textos abordam questões fundamentais que ajudam a entender suas ideias filosóficas e críticas.

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A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica

Neste ensaio, escrito em 1936, Benjamin discute como a reprodução mecânica da arte, impulsionada por avanços tecnológicos como a fotografia e o cinema, altera a forma como a arte é percebida e valorada. Os principais pontos incluem:

  • Autenticidade e aura: Benjamin argumenta que a “aura” da obra de arte — sua unicidade e conexão com o contexto histórico e cultural — se perde na reprodução técnica. Essa perda provoca uma democratização da arte, mas também uma desvalorização de sua experiência estética.
  • Transformação da recepção: Ele sugere que a reprodutibilidade técnica transforma o papel do espectador, que passa de um apreciador contemplativo a um participante ativo e crítico.
  • Política da arte: Benjamin explora como o uso da arte na publicidade, propaganda e movimentos sociais pode influenciar a política e a sociedade, uma temática cada vez mais relevante atualmente.

As teses sobre o conceito de história

Em suas teses, escritas em 1940, Benjamin apresenta uma crítica ao historicismo e propõe uma nova forma de entender a história e o tempo. Os principais conceitos incluem:

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  • História como invenção: Para Benjamin, a história não é um continuum linear, mas uma construção que pode ser reinterpretada. Ele critica a forma como os eventos históricos são frequentemente narrados como progressos inevitáveis.
  • O anjo da história: Uma de suas imagens mais poéticas é a figura do “anjo da história”, que é arrastado por uma tempestade e não consegue ver para frente, apenas para trás, simbolizando a ideia de que, ao olhar para a história, vemos as ruínas do passado que sempre precisam ser ressignificadas.
  • Memória coletiva: Benjamin enfatiza a importância da memória coletiva e da experiência vivida, argumentando que a história deve ser contada a partir das vozes dos marginalizados e oprimidos.

Influências filosóficas

As ideias de Walter Benjamin são fortemente influenciadas por diversos pensadores e correntes filosóficas. Destacam-se:

  • Marxismo: Benjamin, influenciado por Karl Marx, adota uma perspectiva crítica em relação ao capitalismo e busca entender a relação entre arte, cultura e sociedade através de uma lente marxista.
  • Kant e a estética: Suas reflexões sobre a experiência estética em relação à obra de arte estão embasadas em teorias kantianas sobre o belo e a estética.
  • Filosofia judaica: A herança judaica de Benjamin também permeia seu pensamento, influenciando sua visão de história e teologia.

Teoria da alegoria e crítica da modernidade

A discussão sobre a alegoria é central na obra de Benjamin, que se opõe à ideia de simbolismo mais comum na estética moderna. A alegoria, em sua visão, é um modo de representação que revela a fragmentação da experiência moderna e revela tensões sociais ocultas. Em seus estudos sobre a alegoria, ele examina:

  • A experiência da modernidade: Benjamin argumenta que a modernidade traz uma nova forma de perceber a condição humana, caracterizada pelo desencantamento e pela alienação.
  • O flâneur: Inspirado pelos passeios de Baudelaire, o flâneur é um símbolo da modernidade urbana, que observa e absorve as experiências da cidade de forma distante, representando um tipo de introspecção crítica em relação à vida social e cultural.

Recepção e legado

A obra de Walter Benjamin teve uma recepção complexa ao longo das décadas. Após sua morte, suas ideias ganharam notoriedade através da Escola de Frankfurt e de estudiosos que se debruçaram sobre suas contribuições. Seu pensamento tornou-se uma referência para discussões contemporâneas sobre:

  • Cultura visual: Seus conceitos sobre reprodutibilidade e experiência estética ressoam na análise crítica da cultura visual moderna, principalmente com o advento das mídias digitais.
  • Teoria crítica da sociedade: Benjamin é frequentemente citado em debates sobre a crítica cultural e social, particularmente no que tange à relação entre arte, política e consumo.
  • Estudos de mídia: Suas ideias sobre a transformação da recepção da arte influenciam os estudos contemporâneos sobre a mídia e a comunicação, e como elas moldam a percepção pública.

Questões recorrentes em avaliações

Estudantes que se preparam para o vestibular ou o Enem devem estar atentos a algumas questões recorrentes sobre Walter Benjamin:

  • Identificação dos conceitos-chave, como “aura” e “reprodutibilidade técnica”.
  • Interpretação de textos sobre a relação entre arte e política.
  • Análise das críticas de Benjamin ao historicismo e suas contribuições para uma nova concepção de história.
  • Discussão sobre a alegoria e sua relevância para a compreensão da modernidade.

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