Questões sobre Aristóteles
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Questões de Vestibular sobre Aristóteles
01) (UECE/2025) “Aristóteles nos diz que, sem a presença de uma doutrina moral ao alcance dos indivíduos, é preciso uma lei positiva para pleitearmos o bem comum. Para o alcance da verdadeira felicidade, é necessário inicialmente tornarmo-nos bons. Para isso é preciso que nos acostumemos com a vida boa, conformando-a ao costume que se relaciona com uma legislação positiva, capaz de habituar os homens à felicidade.”
AQUINO, Tomás. Sobre os prazeres: Comentários ao Décimo Livro da Ética de Aristóteles, Lição XIV. Campinas: Eclesiae, 2013. – Adaptado.
Com base nessa interpretação de Tomás de Aquino, é correto dizer que, para Aristóteles,
a) as leis positivas cumprem uma função educadora para os indivíduos, pois os obrigam aos bons costumes.
b) a doutrina moral e a legislação positiva têm finalidades diferentes, pois a lei só surge quando a doutrina falha.
c) a legislação positiva tem como finalidade refrear vícios e os maus costumes, e a doutrina moral, a educação.
d) o bem comum é objetivo da doutrina moral e o objetivo da legislação é a defesa dos interesses individuais.
Resolução da Questão
A alternativa correta é a a). As leis positivas exercem um papel educativo sobre os indivíduos, uma vez que incentivam a prática de bons costumes. De acordo com a leitura feita por Tomás de Aquino sobre Aristóteles, a legislação serve como instrumento para formar moralmente os cidadãos, moldando seus hábitos para alcançar o bem e a felicidade.
b) Incorreta. A doutrina moral e a legislação não têm objetivos independentes. Ambas atuam juntas: a moral orienta para o bem e a lei positiva reforça isso por meio da prática habitual do bem.
c) Incorreta. A legislação positiva não se limita a refrear comportamentos negativos; ela também tem um papel ativo na formação de bons hábitos, ou seja, possui função educativa.
d) Incorreta. Aristóteles defende que tanto a moral quanto a legislação devem visar o bem comum. A ideia de que a legislação se orienta apenas para interesses individuais contraria essa visão.
02) (UNESP/2025)
Texto 1
A obra Organon constitui o primeiro estudo amplo da disciplina Lógica, embora falte essa palavra para designá-la. No início de Analíticos, Aristóteles define a disciplina que se prepara para investigar como ciência da demonstração e do saber demonstrativo. Distingue dois tipos de discurso, dialético e demonstrativo: o primeiro parte do problemático e do provável e termina necessariamente no provável; o segundo parte do verdadeiro e termina no verdadeiro.
(Nicola Abbagnano. Dicionário de filosofia, 2007. Adaptado.)
Texto 2
No Livro I, capítulo 1 de sua obra Primeiros Analíticos, Aristóteles define o que é um silogismo perfeito:
“Silogismo é um argumento no qual, colocadas certas coisas, outra distinta das estabelecidas decorre necessariamente, porque essas coisas são o caso. Por ‘porque essas coisas são o caso’ quero dizer decorrer em virtude delas; por ‘decorrem em virtude delas’ quero dizer não carecer de nenhum termo externo para que o necessário venha a ser o caso”.
(Mateus R. F. Ferreira. “O que são silogismos perfeitos?”. https://revistas.ufpr.br/doispontos, 2013. Adaptado.)
Nos textos 1 e 2 está apresentada uma das principais contribuições de Aristóteles para a história da filosofia. Tal contribuição refere-se
a) à estruturação do conhecimento dedutivo.
b) ao método de classificação sistemática.
c) à refutação do dualismo platônico.
d) ao princípio do justo meio.
e) à concepção teleológica de cosmos.
Resolução da Questão
A alternativa correta é a a). Os textos 1 e 2 destacam a contribuição de Aristóteles à lógica e, em especial, à fundamentação do conhecimento dedutivo. O silogismo, como definido no Texto 2, é uma forma de raciocínio que parte de premissas para chegar a uma conclusão necessária. Essa estrutura é base da dedução lógica, sistematizada por Aristóteles em obras como o Organon e os Analíticos, consolidando a lógica como ciência.
b) Incorreta. Apesar de Aristóteles ter contribuído com classificações no campo da biologia, os textos tratam de lógica e silogismo, não de classificação de conhecimentos.
c) Incorreta. Não há menção ao dualismo platônico nos textos. A abordagem é voltada à lógica, não à oposição entre mundos sensível e inteligível.
d) Incorreta. O justo meio é um princípio ético, abordado por Aristóteles na Ética a Nicômaco, e não tem relação com os textos apresentados, que tratam da lógica.
e) Incorreta. A concepção teleológica de cosmos pertence à metafísica aristotélica e filosofia da natureza. Os textos tratam exclusivamente da lógica e da estrutura do raciocínio dedutivo.
03) (UNICAMP/2024)
Excerto 1
Quase todos estão de acordo que a felicidade é o maior de todos os bens que se pode alcançar pela ação; diferem, porém, quanto ao que seja a felicidade. A julgar pela vida que os homens levam em geral, a maioria deles, e os homens de tipo mais vulgar, parecem identificar o bem ou a felicidade com o prazer, e por isso amam a vida dos gozos.
(Adaptado de: Aristóteles. Ética a Nicomaco, Livro I, seções 4 e 5.)
Excerto 2
O conhecimento seguro dos desejos leva a direcionar toda a escolha e toda recusa para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito, visto que essa é a finalidade da vida feliz. O prazer é o início e o fim de uma vida feliz. Embora o prazer seja nosso primeiro bem inato, nem por isso escolhemos qualquer prazer.
(Adaptado de: Epicuro. Carta sobre a felicidade. São Paulo: Editora UNESP, p. 35-37, 2002.)
Considerando os excertos dos filósofos gregos Aristóteles e Epicuro, ambos do século IV a.C., é possível afirmar que
a) Aristóteles e Epicuro sustentam a ideia de que há relação entre a felicidade e o prazer, pois ambos entendem que o prazer é o início e o fim de uma vida feliz.
b) diferentemente de Aristóteles, Epicuro defende que a felicidade consiste na realização irrestrita dos nossos desejos, uma vez que o prazer é o início e o fim de uma vida feliz.
c) tanto Aristóteles quanto Epicuro – ainda que com concepções éticas distintas – entendem que não há uma identificação imediata entre felicidade e prazer.
d) Aristóteles e Epicuro concordam entre si e discordam daqueles que pensam que a felicidade seja o maior dos bens que se possa alcançar pela ação.
Resolução da Questão
A alternativa correta é a c). Tanto Aristóteles quanto Epicuro, ainda que com diferentes concepções éticas, não identificam automaticamente felicidade com prazer. Aristóteles vincula a felicidade a uma vida virtuosa, e embora reconheça o prazer como parte da vida feliz, não o considera como seu fundamento. Epicuro, por sua vez, valoriza o prazer como essencial, mas o entende de modo racional e moderado, como ausência de perturbações e dores, não como satisfação irrestrita dos desejos.
a) Incorreta. Epicuro, de fato, vê o prazer como início e fim da vida feliz, mas Aristóteles não sustenta isso — para ele, a felicidade está relacionada à virtude e ao bem supremo.
b) Incorreta. Epicuro valoriza o prazer, mas de forma equilibrada. Ele não prega a realização irrestrita dos desejos, e sim uma vida prazerosa pautada pelo conhecimento e controle dos desejos.
d) Incorreta. Ambos os filósofos afirmam que a felicidade é o maior dos bens alcançáveis pela ação, mas divergem sobre seu conteúdo. Logo, não discordam dessa ideia, e sim das concepções populares que a reduzem ao prazer imediato.
04) (UEL/2024) Assim como seu mestre Platão, a visão é valorizada por Aristóteles. Sobre o tema, leia o texto a seguir.
Todos os homens, por natureza, tendem ao saber. Sinal disso é o amor pelas sensações. De fato, eles amam as sensações por si mesmas, independentemente de sua utilidade e amam, acima de todas, a sensação da visão. […] E o motivo está no fato de que a visão nos proporciona mais conhecimentos do que todas as outras sensações e nos torna manifestas numerosas diferenças entre as coisas.
Os animais são naturalmente dotados de sensação; mas em alguns, da sensação não nasce a memória, ao passo que em outros nasce. […] Nos homens a experiência deriva da memória. De fato, muitas recordações do mesmo objeto chegam a constituir uma experiência única. […] Com efeito, os homens adquirem ciência e arte por meio da experiência.
(Adaptado de: ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. Marcelo Perine da tradução italiana de Giovanni Reale. Loyola: São Paulo, 2002. p. 3-4. Volume II.)
Sobre o processo de conhecimento em Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) É possível adquirir a memória antes da experiência e da sensação.
b) A ciência e a arte são conhecimentos particulares e a experiência é conhecimento dos universais.
c) É a partir da sensação que desenvolvemos memória e experiência.
d) A visão é o sentido mais desvalorizado por ser o mais prazeroso.
e) Os animais são dotados de capacidade para desenvolver experiência derivada da sensação.
Resolução da Questão
A alternativa correta é a c). Aristóteles afirma que o processo do conhecimento humano tem início na sensação. A partir da repetição de sensações, forma-se a memória; e da memória reiterada, surge a experiência. Esses elementos são fundamentais para o desenvolvimento do conhecimento científico e artístico nos seres humanos.
a) Incorreta. Aristóteles é claro ao afirmar que a memória deriva da sensação, portanto não se pode adquiri-la antes dela.
b) Incorreta. Para Aristóteles, a experiência está relacionada ao conhecimento particular, enquanto a ciência se ocupa do universal.
d) Incorreta. A visão é valorizada por Aristóteles como o mais importante dos sentidos, justamente por proporcionar mais informações para o conhecimento.
e) Incorreta. Apesar de os animais terem sensação, Aristóteles distingue os humanos por sua capacidade de transformar memória em experiência, algo exclusivo da racionalidade humana.
05) (UECE/2024) “As pessoas rancorosas são difíceis e implacáveis, e sustentam a sua cólera durante muito tempo, já que reprimem a sua emoção; mas a cólera cessa quando elas revidam, pois a vingança as alivia, produzindo nelas prazer em vez de sofrimento; se não revidam, elas continuam a carregar o peso do ressentimento, pois como sua cólera é oculta ninguém tenta sequer persuadi-las a acalmar-se, e é preciso tempo para uma pessoa digerir a cólera sozinha.”
(Aristóteles. Ética a Nicômaco, 1126 a. Trad. Mário da Gama Kury. Brasília, DF: EdUNB, 1985.)
Para Aristóteles, a justiça é um meio termo entre a falta e o excesso. Logo, a vingança se constitui em
a) justiça, pois devolve àquele que cometeu a falta uma falta igual.
b) injustiça, pois o ressentimento e a cólera são expressões da falta.
c) justiça, pois somente a virtude conduz ao prazer e à felicidade.
d) injustiça, pois o ressentimento e a cólera conduzem ao excesso.
Resolução da Questão
A alternativa correta é a d). Segundo Aristóteles, a justiça é uma virtude que se encontra no meio termo entre o excesso e a deficiência. A vingança, por sua vez, nasce do ressentimento e da cólera — sentimentos que Aristóteles considera extremos e irracionais, ou seja, opostos à virtude. Assim, a vingança não pode ser entendida como justiça, mas sim como um excesso, que se afasta do equilíbrio e da racionalidade exigidos por uma ação justa.
a) Incorreta. A justiça, para Aristóteles, não consiste em devolver uma falta com outra igual. Tal atitude representa um excesso emocional e não contribui para a harmonia social e ética.
b) Incorreta. Embora a cólera e o ressentimento sejam de fato expressões de excesso, Aristóteles não os define como “faltas”, mas como desequilíbrios que afastam da justiça. Logo, essa alternativa peca pela imprecisão conceitual.
c) Incorreta. A virtude, de fato, conduz ao prazer e à felicidade, mas Aristóteles deixa claro que a vingança, motivada por emoções descontroladas, não é uma virtude e, portanto, não é justa, mesmo que traga alívio momentâneo.
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