História

Abertura política

A Abertura Política foi um processo de transição e democratização no Brasil, que começou em 1974 e se estendeu até 1985. Este período foi marcado pela busca de novos rumos políticos e sociais após longos anos de Regime Militar. A sociedade passava por mudanças significativas, e pressões internas e externas começaram a cobrar um pouco mais de liberdade.

A partir de 1964, o Brasil viveu um momento de autocracia militar, que restringiu os direitos civis e suprimiu as oposições. Com o agravamento da insatisfação, o governo militar se viu pressionado a buscar alternativas para manter o controle. Na década de 1970, a “Abertura” começou a ser cogitada como uma resposta a essas pressões.

Abertura política: contexto histórico

Na primeira metade dos anos 70, o governo militar adotou um modelo de crescimento econômico, conhecido como milagre econômico. No entanto, esse crescimento não se traduziu em benefícios para toda a população. A desigualdade social crescia e os movimentos sociais começaram a ressoar dentro e fora do país.

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O presidente do Brasil, Emílio Garrastazu Médici, foi o responsável por implementar o chamado milagre econômico entre 1969 e 1974. Apesar dos avanços econômicos, o regime militar enfrentava contínuas críticas por conta da repressão política. Os artistas, intelectuais e jornalistas começaram a expressar seu descontentamento com a situação.

Com a morte do presidente Médici em 1974, Ernesto Geisel assumiu a presidência. Geisel, que havia sido chefe de operações da Secretaria de Segurança, compreendeu que o autoritarismo poderia levar à instabilidade. Ele propôs, então, uma lenta transição para a democracia.

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  • 1974: início do governo de Ernesto Geisel e a proposta de abertura política.
  • 1975: o assassinato do jornalista Wladimir Herzog e a crescente pressão internacional contra o regime.
  • 1978: a publicação da Lei da Anistia, que foi um marco para a liberdade de expressão.
  • 1984: as Diretas Já, movimento popular exigindo eleições diretas para presidente.
  • 1985: a escolha de Tancredo Neves como presidente, encerrando a ditadura militar.

A proposta de Geisel incluía a abertura suave, um processo gradual que visava reduzir a repressão e permitir um espaço político para a oposição. Um dos primeiros indícios dessa mudança foi a autorização da atuação de partidos políticos, que haviam sido banidos durante o regime.

A desconfiança ainda pairava sobre o regime. Por isso, a abertura foi feita de forma cautelosa, com controle sobre os acontecimentos. Médidas de repressão continuaram em alguns momentos, mas manifestações começaram a aparecer. Em 1975, a morte de Wladimir Herzog, um renomado jornalista, gerou revolta em diversos setores da sociedade.

Personagens-chave

Dentre os personagens que marcaram esse período, podemos destacar:

  • Ernesto Geisel: presidente que iniciou a Abertura Política.
  • Roberto Campos: economista e político que participou do governo Geisel.
  • José Sarney: vice-presidente de Tancredo Neves, teve papel importante na transição.
  • Tancredo Neves: o primeiro presidente civil eleito após o regime militar.

A partir de 1978, a Lei da Anistia foi promulgada, permitindo o retorno dos exilados políticos. Essa lei simbolizava uma tentativa de reconciliar o país, embora tenha gerado controvérsias, especialmente em relação aos crimes cometidos durante a ditadura.

Além da anistia, a abertura política incluía a permissão de críticas ao governo. Isso fortaleceu o movimento estudantil e as mobilizações populares, como as greves operárias que começaram a ganhar força novamente. O ambiente estava mudando, e a sociedade clamava por liberdade e justiça.

A pressão das Diretas Já

No início da década de 1980, a pressão pela democratização se intensificou com o movimento das Diretas Já. A sociedade se mobilizou reivindicando eleições diretas para escolher o presidente que sucederia o regime militar. Essa mobilização contou com a participação de diversos setores da sociedade, incluindo artistas, estudantes e trabalhadores.

As Diretas Já cresceram em importância, culminando em um grande comício na Praça da Sé, em São Paulo, em 1984. Apesar da ampla mobilização, a proposta das eleições diretas foi rejeitada no Congresso. Entretanto, a pressão popular resultou na definição de um novo cenário político, que culminou na eleição de Tancredo Neves em 1985.

A eleição de Tancredo foi um marco significativo, pois representava a volta de um governo civil. Mesmo não chegando ao poder, devido a problemas de saúde que o levaram à morte antes de assumir, seu vice, José Sarney, tornou-se presidente, dando seguimento ao processo democrático.

O legado da abertura política

A Abertura Política deixou marcas profundas na sociedade brasileira. A transição do regime militar para um governo civil possibilitou a implementação de direitos constitucionais e garantias para a liberdade de expressão. A Constituição de 1988 representa uma das principais conquistas deste período.

O legado se estende às políticas públicas e à construção de uma sociedade mais justa e democrática. No entanto, desafios ainda permanecem. A compreensão desse período é fundamental para entender a trajetória democrática do Brasil contemporâneo.

O estudo da Abertura Política é essencial para estudantes e para a população em geral, pois representa um momento crucial de luta pela democracia e por direitos no país. Familiarizar-se com esses eventos pode enriquecer a formação histórica e ética dos indivíduos, contribuindo assim para a construção de uma sociedade mais consciente.

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