História

Fim da Monarquia e Proclamação da República

O Brasil passou por uma significativa transformação política entre o fim do século XIX e o início do XX. O descontentamento com a monarquia culminou na Proclamação da República, que ocorreu em 15 de novembro de 1889. Para entender esse processo, é essencial abordar o contexto do Segundo Reinado, os fatores que levaram à desestabilização do Império e as principais figuras envolvidas nesse momento crucial da história brasileira.

Durante o Segundo Reinado (1840-1889), Dom Pedro II se destacou como um monarca progressista, que incentivou a modernização do Brasil. Contudo, apesar de seu trabalho em prol do desenvolvimento, várias tensões políticas e sociais emergiram ao longo desse período, pondo em xeque a continuidade da monarquia.

Contexto e fatores de descontentamento

Vários fatores contribuíram para o descontentamento da população brasileira em relação à monarquia:

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  • Crise econômica: O fim do tráfico de escravos em 1850 e as guerras da América Latina diminuíram significantemente a receita do Império.
  • Movimento republicano: Ideias republicanas começaram a ganhar força, especialmente entre os intelectuais e militares.
  • Questão militar: O Exército ficou insatisfeito com o tratamento que recebia do governo, especialmente com a remoção de oficiais e a promoção de civis.
  • Abolicionismo: A luta pela liberdade dos escravos também gerou tensão, aumentando a resistência da elite agrária.

Esses fatores criaram um ambiente propício para o surgimento de um movimento republicano forte. O júri popular, as organizações militares e a influência dos intelectuais, como José do Patrocínio e Rui Barbosa, foram fundamentais nesse processo.

A abolição da escravidão

A abolição da escravidão, ocorrida em 13 de maio de 1888, gerou uma divisão ainda maior na sociedade brasileira. A Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, trouxe alegria para os libertos, mas também descontentamento entre os grandes proprietários de terra, que perderam sua mão de obra.

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A monarquia, que já enfrentava críticas, viu sua base econômica se fragilizar com a perda da escravidão. Grande parte da elite agrária, que sustentava o regime, se voltou contra Dom Pedro II. As classes intermediárias e urbanos, que se viam excluídas do poder, almejavam uma nova organização política.

A Revolta da Armada

Entre 1891 e 1895, a Revolta da Armada representou um dos conflitos relacionados ao descontentamento militar. A revolta foi um movimento da Marinha, insatisfeita com a política do governo republicano. Militantes liderados por figuras como Almirante Saldanha e Almirante Deodoro se opuseram ao autoritarismo e buscavam a anistia para marinheiros envolvidos na insurreição.

Essa revolta, embora reacionária, ilustra os tensões entre a Marinha e a República. Contudo, essa crise não foi suficiente para reverter a Proclamação que ocorreria em breve.

Os acontecimentos que levaram à Proclamação da República

O movimento republicano finalmente culminou em uma série de eventos em 1889:

  • 15 de novembro de 1889: O Comando do Exército, sob liderança de Deodoro da Fonseca, declarou a República. O Brasil se tornou uma República Federativa, com grandes esperanças de modernização.
  • Queda de Dom Pedro II: O imperador, que estava em viagens, foi deposto sem resistência próxima. O temor por uma guerra civil inibiu reações significativas.
  • Uma nova Constituição: A proibição da monarquia fez surgir a necessidade de uma nova constituição, que foi promulgada em 1891.

No momento de sua deposição, Dom Pedro II teve pouca chance de reagir. A República começou a se moldar sob tensões e expectativas. A necessidade de um novo ordenamento político se tornou evidente, com a urgência de atender às demandas da nova elite emergente.

O papel dos ideais republicanos

A Proclamação da República trouxe novas ideias e uma nova estrutura de governo. O pensamento republicano se espalhou por várias partes do Brasil. Os valores da Revolução Francesa, como liberdade e igualdade, foram absorvidos por movimentos sociais.

Os republicanos defendiam um governo mais próximo do povo, com representação e participação mais amplas. Assim, surgiram as primeiras instituições políticas republicanas. O novo governo enfrentou muitos desafios.

O governo de Deodoro da Fonseca incorporou ideias de modernidade e progresso. A nova República, porém, não foi isenta de crise. O Golpe Militar de 1889, que iniciou a nova era, demonstrou seu lado autoritário. Descontentamentos internos, novos conflitos políticos e a incompreensão da população em relação a essa nova estrutura atacaram a base da jovem república.

Principais personagens do fim da monarquia

Entender os personagens envolvidos nesse processo é crucial. Algumas figuras tiveram papéis de destaque:

  • Dom Pedro II: Último imperador do Brasil. Governou com inovação, mas não conseguiu evitar a queda da monarquia.
  • Princesa Isabel: Filha de Dom Pedro II, responsável pela assinatura da Lei Áurea. Tornou-se um símbolo de resistência e luta de classes.
  • Deodoro da Fonseca: Militar e principal líder da Proclamação da República. Promoveu importantes reformas, mas também impôs um governo autoritário.
  • Rui Barbosa: Intelectual, advogado e político vital no movimento republicano. Idealista, defensor da modernização e da democracia.

Esses personagens representam a complexidade política da época. O descontentamento com a monarquia foi resultado de um mix de insatisfações e demandas sociais, que culminaram em uma significativa reviravolta política ao longo de poucos anos.

Assim, o fim da monarquia e a Proclamação da República foram marcos fundamentais na história brasileira. O novo regime trouxe esperanças de mudança, conhecer esse período é essencial para qualquer estudante que deseja compreender o Brasil contemporâneo.

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