História

Golpe de 1964

O Golpe de 1964 foi um momento crucial na história do Brasil. Em 31 de março de 1964, o país viveu uma ruptura política significativa. O governo democraticamente eleito de João Goulart foi deposto, dando início a um período de regime militar que durou até 1985.

Em 1960, João Goulart assumiu a vice-presidência ao lado do presidente Jânio Quadros. Jânio renunciou em agosto de 1961, em meio a crises políticas e pressões. Goulart, no entanto, enfrentou resistência e só se tornou presidente após um arranjo político, conhecido como “solução constitucional.”

O Contexto do Golpe de 1964

O cenário político brasileiro na década de 1960 era complexo. O país enfrentava problemas econômicos, conflitos sociais e polarização política. As tensões entre progressistas e conservadores aumentavam.

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João Goulart era visto como um líder alinhado às reformas sociais. Seu governo buscava implementar mudanças significativas, como a reforma agrária e a indústrias nacionais. Contudo, essas propostas preocupavam uma parte da elite e dos militares.

No início de 1964, a situação se agravou. O Brasil vivia uma crescente instabilidade política e social. Os Estados Unidos, temerosos do avanço do comunismo na América Latina, começaram a apoiar movimentos contra Goulart. A tensão levou a um clima quase insustentável.

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A Conjuração Militar

Em março de 1964, militares começaram a articular o golpe. Lísias, Braga, Costa e Silva e outros líderes militares eram protagonistas desse movimento. Eles contavam com apoio de setores conservadores da sociedade.

Entre os dias 30 e 31 de março, os militares tomaram o poder. No dia 31, tropas do Exército começaram a se mobilizar em diversas regiões, especificamente em Minas Gerais e em São Paulo. A resistência do governo foi mínima. Goulart, percebendo a iminência do golpe, decidiu deixar o país.

O golpe foi declarado em um documento oficial. O general Humberto de Alencar Castelo Branco foi nomeado presidente pelos golpistas. Goulart foi para o exílio, vivendo primeiro na Argentina.

Os Primeiros Anos do Regime Militar

O novo governo militar inaugurou um regime autoritário. Castelo Branco implantou uma série de medidas para consolidar o poder militar. O AI-1, ato institucional número um, suspendeu garantias constitucionais e permitiu a cassação de mandatos.

O governo militar adotou a repressão como forma de silenciar a oposição. O Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) foi instrumental na perseguição de opositores. Censura à imprensa e repressão ao movimento estudantil tornaram-se comuns.

Entre 1964 e 1967, o regime aplicou diversas reformas econômicas. O governo buscou estabilizar a economia, mas isso ocorreu à custa de direitos sociais. Assim, a desigualdade permaneceu uma questão central durante essa fase.

A Consolidação do Regime: AI-2 e AI-5

Em outubro de 1965, o regime promulgou o AI-2, que ampliou ainda mais os poderes do governo. O AI-2 permitiu a criação de partidos de forma a controlar a política nacional.

No entanto, a insatisfação popular crescia. O regime militar enfrentou diversas manifestações e greves. Em 1968, o clima de insatisfação levou à promulgação do AI-5. Este ato instituiu a repressão total e garantiu poderes quase absolutos ao presidente.

O AI-5 resultou em uma onda de prisões, torturas e desaparecimentos. Milhares de brasileiros foram perseguidos. A resistência ao regime cresceu com a formação de grupos de luta armada, como a VAR-Palmares e o MR-8.

Os anos da ditadura militar, entre 1964 e 1985, foram marcados pela violação de direitos humanos. O período ficou em nossa memória coletiva como uma era de repressão e luta pela redemocratização.

A Luta pela Redemocratização

A partir da década de 1970, começou um lento processo de abertura política. A resistência interna e a pressão internacional se intensificaram. A sociedade civil e movimentos populares se organizaram na luta contra a opressão.

O Movimento pelas Diretas Já ganhou força no início dos anos 1980. Os cidadãos exigiam eleições diretas para a presidência. O governo militar, percebendo a insatisfação crescente, iniciou reformas aos poucos.

Em 1985, após a morte do presidente Ernesto Geisel, a transição para a democracia começou a se consolidar. A eleição indireta de Tancredo Neves marcou o fim do regime militar. No entanto, Neves faleceu antes de assumir, sendo José Sarney seu sucessor.

A luta pela memória dos eventos do golpe e da ditadura continuou ao longo dos anos. Muitas iniciativas foram criadas para investigar e reconhecer as vítimas da repressão. O Brasil enfrenta ainda desafios quanto à verdade e justiça histórica.

Consequências do Golpe de 1964

O Golpe de 1964 teve um impacto duradouro na sociedade brasileira. A instalação do regime militar trouxe efeitos profundos em vários aspectos da vida social e política. A repressão e a censura moldaram a cultura e a política nacional por décadas.

Além disso, as políticas econômicas implementadas durante o regime geraram grandes desigualdades. O milagre econômico dos anos 70 não favoreceu a todos. Exclusão e pobreza permaneceram em várias regiões do Brasil.

As memórias do golpe são controversas. Enquanto alguns defendem o regime como necessário para combater a ameaça comunista, outros condenam rigorosamente as violações de direitos humanos. Esse debate ainda persiste na sociedade brasileira contemporânea.

Em suma, o Golpe de 1964 representa um divisor de águas na história do Brasil. Suas consequências reverberam até os dias atuais, com reflexões sobre democracia, direitos humanos e justiça social.

Estudantes e interessados em História devem compreender os diversos elementos deste período. A análise crítica do Golpe de 1964 e do regime militar é essencial para entender o Brasil contemporâneo.

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