História

Governo Figueiredo

O governo de João Batista Figueiredo ocorreu de 1979 a 1985, sendo o último período da Ditadura Militar no Brasil. Figueiredo, que foi general do Exército, assumiu a presidência em um contexto de profundas transformações políticas e sociais.

Ele sucedeu o general Ernesto Geisel, e seu governo foi caracterizado pelas intenções de abertura política e liberalização econômica. Contudo, também enfrentou resistência interna e popular, que culminou em diversas crises sociais.

a abertura política e seus desafios

O governo Figueiredo iniciou um processo conhecido como “abertura política”, que visava gradualmente desmontar o regime militar. A proposta era criar um ambiente propício para a democratização, embora com limites.

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Entre as medidas implementadas, destacam-se:

  • Em 1979, houve a revogação do Ato Institucional Nº 5, permitindo a diminuição da repressão política.
  • A criação da Lei da Anistia em 1979, que favoreceu tanto opositores quanto agentes do Estado responsáveis por violações dos direitos humanos.
  • A convocação de eleições diretas para governadores em 1982, um passo significativo no processo de redemocratização.

Entretanto, a abertura política não foi plena e teve como objetivo evitar uma transição radical. Figueiredo ainda contava com o apoio do alto comando militar para manter a ordem.

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Crises e conflitos sociais

O governo Figueiredo enfrentou diversas crises que minaram sua popularidade e autoridade. A insatisfação popular aumentou, principalmente em relação à situação econômica e à repressão política.

Alguns dos principais eventos de crise incluem:

  • A crise econômica que se intensificou no início dos anos 1980, trazendo inflação alta e desemprego.
  • O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que ganhou força nas lutas pela reforma agrária, exigindo maior atenção do governo.
  • As manifestações de estudantes e sindicalistas nas principais cidades do Brasil, clamando por melhores condições de vida e democracia.

A resistência popular fez com que o governo adotasse estratégias de repressão, mas essas ações apenas aumentaram o descontentamento da população.

Personagens-chave do governo Figueiredo

Alguns personagens se destacam no governo de Figueiredo, e suas ações influenciaram o cenário político. Entre eles, podemos citar:

  • João Batista Figueiredo: Presidente do Brasil, responsável pela condução das políticas de abertura e repressão.
  • Ernesto Geisel: Seu predecessor, que deu início ao processo de distensão, influenciando o estilo de Figueiredo.
  • José Sarney: Vice-presidente que se tornaria o primeiro presidente civil após a Ditadura, quando Figueiredo renunciou.
  • Dom Paulo Evaristo Arns: Arcebispo de São Paulo, defensor dos direitos humanos e crítico da repressão militar.

Esses indivíduos tiveram papéis importantes na transição e na resistência ao regime militar. As suas ações e discursos refletiram as mudanças sociais e políticas que ocorriam à época.

Os anos finais do governo

Nos últimos anos de seu governo, Figueiredo tornou-se um símbolo da crise e da resistência ao regime militar. A política de abertura encontrou resistência tanto das forças armadas quanto de setores da sociedade civil.

Em 1984, a insatisfação popular culminou nas Diretas Já, um movimento que clamava por eleições diretas para presidente. A mobilização foi intensa e alcançou milhões de brasileiros em todo o país.

  • O 1º de Abril de 1984 foi marcado por uma grande manifestação em Brasília, mobilizando milhares de pessoas.
  • O movimento teve apoio de diversos setores, incluindo artistas, estudantes e trabalhadores.

Apesar da pressão popular, o Congresso Nacional rejeitou a emenda que possibilitaria eleições diretas, levando a uma frustração generalizada.

A renúncia e a transição para a democracia

Com a força das manifestações e a pressão da sociedade, Figueiredo optou por não se canditar em 1985. Ele anunciou sua decisão de renunciar, em um contexto onde o exército perdia gradativamente a sua influência.

A renúncia de Figueiredo abriu caminho para a eleição indireta de José Sarney, que se tornou o primeiro presidente civil após 21 anos de Ditadura Militar.

O período de governo de Figueiredo foi um momento importante na história do Brasil, representando a transição de um regime repressivo para um sistema democrático. A luta pela liberdade de expressão e pelos direitos humanos se intensificou, configurando novos desafios para a sociedade brasileira.

Assim, a Era Figueiredo é frequentemente lembrada como um ponto crucial na luta pela democratização no Brasil. As experiências vividas nesse período formaram a base para a construção de um país mais justo e igualitário.

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