Governo Hermes da Fonseca
O governo de Hermes da Fonseca, que ocorreu entre 1910 e 1914, representa um importante período na história do Brasil. Ele se insere na fase da República Oligárquica, marcada pela predominância de oligarquias políticas no poder e pela instabilidade política.
Hermes da Fonseca, militar e político, foi o 13º presidente do Brasil. Ele chegou ao poder em meio a uma crise política e buscou implementar uma série de reformas administrativas e sociais. Nascido em 1865, ele vivenciou diversas mudanças no cenário brasileiro.
Contexto histórico do governo
No início do século XX, o Brasil enfrentava tensões sociais e políticas. A República Velha apresentava um governo voltado para os interesses das elites. A política do café com leite dominava as relações entre São Paulo e Minas Gerais, as duas principais potências econômicas do país.
A presidência de Affonso Augusto Moreira Pena, que governou de 1906 a 1909, também teve importância. A administração dele buscou modernizar o Brasil, mas enfrentou dificuldades. Com sua morte, o cenário político se tornou mais instável.
O apoio das oligarquias locais foi fundamental para a ascensão de Hermes da Fonseca ao poder. Ele contava com o apoio do ex-presidente Washington Luís. No entanto, essa aliança não se mostrou duradoura.
Reformas e programas
Durante seu governo, Hermes da Fonseca adotou diversas medidas administrativas. As mais relevantes incluem:
- Reformulação do exército: O governo realizou investimentos significativos nas Forças Armadas, buscando modernizar a estrutura militar.
- Educação: Hermes também se preocupou com a educação, implementando reformas que visavam expandir o acesso ao ensino.
- Infraestrutura: Ele incentivou melhorias em estradas e ferrovias, fundamentais para o escoamento da produção agrícola.
Entretanto, essas reformas enfrentaram resistência por parte das oligarquias estaduais. A implementação dos projetos provocou descontentamento em muitos setores, principalmente entre políticos regionais.
Crises durante o governo
O governo de Hermes da Fonseca foi marcado por diversas crises. O mais significativo foi a Revolta da Vacina, ocorrida em 1904, muito antes de sua presidência, mas que deixou marcas na política brasileira.
Outra crise notável ocorreu em 1912, com a Revolução Paulista. Os paulistas se opuseram ao governo federal, clamando por maior autonomia e representatividade. Os conflitos entre autoridades locais e o governo federal tornaram-se frequentes, criando um clima de instabilidade.
A insatisfação da população crescia. Os trabalhadores enfrentavam condições precárias e clamavam por direitos. Hermas da Fonseca, contudo, optou por manter o controle político mesmo diante das revoltas.
Oposição e descontentamento
Com o passar do tempo, a insatisfação em relação ao governo aumentou. A oposição se fortaleceu. Líderes como Luís Carlos Prestes começaram a fazer oposição ao governo, denunciando a corrupção e a repressão.
A agitação social crescia entre os trabalhadores urbanos e os sindicatos. A movimentação operária exigia melhores condições de trabalho e salários justos, levando a greves e protestos.
Hermes respondeu com repressão. O uso da força policial era uma estratégia comum para lidar com a agitação pública. A oposição se articulou, formando um movimento cada vez mais forte.
O governo também enfrentou problemas na política externa. A questão da guerra do Paraguai e as relações com os Estados Unidos e Europa se tornaram delicadas. É nesse cenário que Haddock Lobo e outros socialistas se destacaram, tornando-se vozes críticas do governo. Eles clamavam por reformas sociais e mais dignidade para os trabalhadores.
O fim do governo e legado
Em 1914, Hermes da Fonseca se despediu do poder. Sua administração passou por momentos de grande tensão e conflitos sociais. Ele não conseguiu consolidar as reformas desejadas e deixou um legado ambíguo.
Seus esforços em modernizar o país são reconhecidos, mas a repressão aos opositores e a deturpação da democracia são criticados. A Revolução de 1930 trouxe novas mudanças, marcando o fim da República Velha.
A história do governo de Hermes da Fonseca fornece lições valiosas sobre o papel do Estado na mediação de conflitos sociais. A centralização do poder, a resistência às mudanças e a insatisfação da população são temas ainda relevantes no Brasil contemporâneo.
O legado de Hermes da Fonseca ainda ressoa na política brasileira atual, e compreender seu governo é fundamental para quem se prepara para o Enem e vestibulares. Estudar esse período permite refletir sobre as tensões sociais e as complexidades da democracia brasileira.
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