História

Movimentos de resistência

O Brasil viveu momentos intensos de repressão política, especialmente durante o regime militar, que teve início em 1964 e se estendeu até 1985. Nesse período, muitos brasileiros se uniram em movimentos de resistência contra a opressão. Esses grupos buscavam restaurar a democracia, defender os direitos humanos e combater a censura.

Os movimentos de resistência se manifestaram de diversas formas, incluindo protestos, greves e até ações armadas. Este texto examina as principais etapas e eventos dessa luta democrática, focando em personagens e organizações que marcaram a história do Brasil.

Contexto do regime militar

O regime militar começou em 31 de março de 1964, quando os militares depuseram o presidente João Goulart. Justificaram o golpe alegando a necessidade de combater a crescente influência comunista no país.

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A partir de então, o Brasil viveu uma repressão severa. O Ato Institucional nº 5, de 1968, intensificou a censura e permitiu a cassação de mandatos políticos. Nesse cenário, a resistência cresceu, reunindo diversas correntes políticas e sociais.

Os primeiros passos da resistência

Nos anos 60, diversos movimentos surgiram como resposta ao regime militar. Algumas das iniciativas mais notáveis incluem:

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  • Movimento Estudantil: Estudantes mobilizaram-se contra a opressão, organizando manifestações e criando fóruns de debate.
  • Comitês de Defesa da Liberdade: Formados por cidadãos, promoviam discussões e protestos pacíficos.
  • Partido Comunista Brasileiro (PCB): Embora perseguido, manteve uma atuação política ativa, incentivando a resistência à ditadura.

Esse período de agitação o levou à criação de várias organizações de resistência. O Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) são exemplos de grupos que diversificaram a luta, com influências que iam da luta armada à ação política.

A luta armada e os grupos guerrilheiros

Os anos 70 foram marcados por um aumento da luta armada. Vários grupos guerrilheiros surgiram, associados ao ideal de resistência. Os principais incluem:

  • ALN (Ação Libertadora Nacional): Fundada em 1968, destacava-se pela atuação armada e ações diretas.
  • VPR (Vanguarda Popular Revolucionária): Advocava pela Derrubada do regime militar por meio de ações de guerrilha.
  • MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro): Conduziu várias ações armadas, incluindo sequestros.

Dentre os personagens mais relevantes desse período, destacam-se:

  • Carlos Marighella: Um dos principais teóricos da guerrilha urbana no Brasil, autor do “Manual do Guerrilheiro Urbanos”.
  • Marcio Moreira Alves: Deputado que proferiu discursos em favor da resistência, resultando em sua cassação.
  • Dilma Rousseff: Militante da VPR, foi presa e torturada durante o regime militar.

Esses grupos guerrilheiros operaram em várias regiões do Brasil, desafiando o regime militar de maneira articulada. As ações, no entanto, frequentemente resultavam em repressões severas.

A repressão e o silêncio da resistência

A resposta do regime militar foi brutal. Além do uso excessivo da força, as autoridades recorreram ao DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) e ao CCM (Centro de Informação do Exército) para perseguir e reprimir os opositores.

As seguintes táticas se destacaram:

  • Prisão de opositores: A prisão política se tornou uma prática comum, com milhares de brasileiros encarcerados.
  • Tortura: Muitos foram submetidos a torturas físicas e psicológicas, buscando extrair informações sobre os grupos de resistência.
  • Desaparecimento forçado: A ação do regime resultou no desaparecimento de milhares de pessoas, criando um clima de medo e repressão.

Com o endurecimento da repressão, muitos integrantes de grupos de resistência foram forçados a se exilar. Principais figuras políticas, como Luiz Inácio Lula da Silva, se tornaram símbolos da luta pela democracia.

A resistência cultural e social

Ao lado da luta armada, outras formas de resistência também se destacaram. A cultura e a arte se tornaram importantes ferramentas de protesto e mobilização.

Movimentos como a Nova Canção e o Teatro de Arena utilizaram suas plataformas para criticar o regime e ampliar a conscientização social. Artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil produziram músicas que expunham a opressão e a luta pela liberdade.

Além da música e do teatro, a literatura também desempenhou um papel fundamental. Escritores como Adélia Prado, Giorgio Agamben, e Jorge Amado usaram suas obras para refletir sobre a realidade histórica e social do Brasil no regime militar.

A luta pela anistia

Nos anos 80, o movimento pela anistia ganhou força. Em 1979, o governo militar promulgou a Lei da Anistia, que beneficiou tanto os opositores do regime quanto os agentes do Estado envolvidos em crimes políticos.

Dentre os marcos desse movimento, podemos citar:

  • Movimento por Anistia: Mobilizações em todo o Brasil reivindicavam a liberdade dos presos políticos e o reconhecimento dos direitos civis.
  • Atos públicos: Diversos atos e manifestações foram realizados, chamando a atenção para as violências sofridas pelos anistiados.
  • Conferência Nacional da Anistia: Realizada em 1985, promoveu um debate importante sobre a memória histórica da resistência.

Esses esforços culminaram em um aumento da consciência social sobre a importância da democracia e dos direitos humanos no Brasil.

A resistência no Brasil durante o regime militar é um tema complexo e multifacetado. Os movimentos de resistência foram fundamentais para a luta pela volta da democracia e pela construção de uma sociedade mais justa. Reconhecer e recordar esses eventos e personagens é essencial para compreender a história recente do Brasil.

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