Partido Conservador
O Partido Conservador foi um dos mais importantes instrumentos políticos durante o Segundo Reinado no Brasil. Este período teve início em 1840 e se estendeu até 1889. No contexto da política brasileira, o Partido Conservador surgiu como uma resposta às demandas sociais e políticas da época.
Os conservadores adotaram uma postura de defesa dos valores tradicionais, como a monarquia, a propriedade e a família. Eles se opuseram às mudanças radicais que os liberais postulavam e buscaram manter a ordem estabelecida. Este artigo irá examinar os principais eventos e personagens que moldaram a trajetória do Partido Conservador no Brasil.
Fundação e formação do Partido Conservador
A formação do Partido Conservador ocorreu em 1836, durante o governo de Dom Pedro II, que se tornou imperador em 1840. Com a queda do Partido Liberal na primeira metade do século XIX, os conservadores se reorganizaram para assumir o controle do Estado brasileiro.
Os personagens centrais nesse processo foram José Bonifácio de Andrada, Marquês de Olinda e Félix de Almeida. Eles eram figuras políticas proeminentes que almejavam consolidar o conservadorismo como a principal corrente política do país.
O Partido Conservador se fortaleceu ao longo da década de 1840 e 1850, ganhando destaque no Parlamento. A manutenção das políticas fiscais, a defesa da monarquia, e o controle das províncias foram algumas de suas prioridades.
Os principais eventos do Partido Conservador
- Revolução Farroupilha (1835-1845): Um dos primeiros grandes desafios ao governo imperial, que demandou a atuação conservadora para restaurar a ordem.
- Abolição do voto censitário (1881): A proposta liberal de ampliar os direitos políticos, contestada pelos conservadores, que temiam a perda do controle sobre o eleitorado.
- Crisis da monarquia – 1864: Tentativa de se aproximar dos liberais, mostrando a fragilidade do poder conservador.
As tensões entre o Partido Conservador e os liberais se intensificaram. O surgimento de novos grupos de pressão trouxe desafios consideráveis. O conservadorismo, então, se adaptou e fortaleceu sua base. Para tanto, implementaram uma série de reformas que buscavam estabilizar o país.
O governo conservador e suas políticas
O auge do Partido Conservador ocorreu entre 1850 e 1870. Durante esse período, os conservadores solidificaram seu poder. O governo de Marquês de Olinda (1853-1855) é emblemático. Com a intenção de modernizar o Brasil, seu governo buscou atrair investimentos e aumentar a infraestrutura.
Entre suas principais ações, destacam-se:
- Reforma do sistema tributário: Buscou-se melhorar a arrecadação e a gestão de recursos públicos.
- Expansão da infraestrutura: O país viu o crescimento de ferrovias e telegráfos, que integravam as regiões e facilitavam a circulação de mercadorias.
- Manutenção da escravidão: Os conservadores defendiam a continuidade do sistema escravista, fator de grande riqueza para a elite brasileira.
A pressão internacional e interna pela abolição da escravidão aumentava. Mesmo assim, o Partido Conservador resistia a essas mudanças. É importante notar que a escravatura e a monarquia permeavam a identidade conservadora durante o Segundo Reinado.
Os desafios enfrentados pelo Partido Conservador
Durante os últimos anos do Segundo Reinado, o Partido Conservador enfrentou muitos desafios. A crescente insatisfação popular com a manutenção da escravidão e a falta de reformas sociais se tornaram questões prementes.
Além disso, o surgimento de movimentos republicanos e abolicionistas tornou-se uma grande ameaça. Líderes como José do Patrocínio e Joaquim Nabuco ganhavam destaque e denunciavam a escravidão.
Em 1889, a situação tornou-se insustentável. O chamado “Movimento Republicano” culminou na Proclamação da República, que acabou com a monarquia e derrocou o Partido Conservador.
A derrubada do imperador como resultado da crescente pressão social foi um golpe brutal para os conservadores. O movimento abolicionista também teve influência decisiva, levando à Abolição da Escravatura em 1888.
O isolamento político e a perda de apoio popular marcaram o fim do Partido Conservador. Sua estrutura não conseguiu se adaptar às novas demandas e realidades sociais do Brasil.
Legado do Partido Conservador
O legado do Partido Conservador é evidente em vários aspectos da história brasileira. Algumas de suas habilidades de gestão permanecem como referência nos debates políticos atuais.
Entretanto, a rigidão de sua postura conservadora gerou ressentimento e divisão. Essas tensões se mantiveram ao longo dos anos, moldando a política e a sociedade brasileira em diversas dimensões.
O Partido Conservador, embora extinto, deixou uma marca indelével na história do Brasil. Suas ações influenciaram profundamente a evolução do Estado brasileiro durante o Segundo Reinado.
Assim, estudar a trajetória do Partido Conservador é fundamental para compreender não apenas a época imperial, mas também os embates que moldaram a política brasileira contemporânea.
Os estudantes de História devem prestar atenção especial aos desdobramentos da política conservadora e sua resistência às mudanças sociais. Ao fazer isso, é possível adquirir uma visão crítica sobre os eventos que moldaram o Brasil ao longo do tempo.
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