Preparatório Vestibular e Enem: Período Regencial

O Período Regencial brasileiro foi uma fase de transição, marcando a interregnum entre a abdicação de D. Pedro I, em 1831, e a menoridade de D. Pedro II, que assumiu o trono em 1840. Este período é caracterizado por intensa agitação política, social e por diversas rebeliões. Para o vestibular e o Enem, entender a complexidade deste período é crucial, tanto pelas transformações internas quanto pelas que prepararam o Brasil para o Segundo Reinado.

Aspectos Políticos e Sociais

Após a abdicação de D. Pedro I, o Brasil foi governado por regências. Inicialmente, foi instaurada uma regência provisória, seguida pela Regência Trina Permanente e, posteriormente, pelas regências una, que culminaram na figura dos regentes Feijó e Araújo Lima. Vejamos alguns aspectos importantes:

  • Regência Trina Provisória: Formada imediatamente após a abdicação, tinha um caráter emergencial.
  • Regência Trina Permanente: Introduzida pela Constituição de 1824, pretendia equilibrar os poderes, mas enfrentou dificuldades pelas divergências internas.
  • Regências Unas: Com a mudança constitucional de 1834, foi permitido um governo centralizado nas mãos de um único regente, o que trouxe certa estabilidade política.

As regências foram marcadas pela luta pelo poder entre diferentes grupos: os liberais moderados, os liberais exaltados, também conhecidos como “bem-te-vis”, e os conservadores, chamados de “caramurus”. Essas disputas refletiam não apenas diferenças ideológicas mas também conflitos de interesse entre províncias e a capital.

Rebeliões Regenciais

O cenário de instabilidade política foi fértil para o surgimento de diversas rebeliões. Estas manifestações, embora distintas em suas causas e objetivos, expressavam o descontentamento de diferentes segmentos da sociedade com a centralização política e as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país.

Cabanagem (1835-1840)

A Cabanagem foi uma das mais violentas rebeliões do período, ocorrendo na província do Grão-Pará. Diferenciou-se por ter significativa participação popular, incluindo indígenas, mestiços, escravos e camponeses. Suas causas residem na extrema pobreza da população e no descontentamento com a elite política local. Resultou na morte de cerca de 40% da população da província, mostrando a brutal repressão empregada.

Farroupilha ou Guerra dos Farrapos (1835-1845)

A Guerra dos Farrapos foi um conflito longo e complexo no Rio Grande do Sul, envolvendo questões econômicas, como a taxação sobre o charque importado, e políticas, ligadas à autonomia provincial. Os farrapos, liderados por nomes como Bento Gonçalves e David Canabarro, proclamaram a República Rio-Grandense, porém, o conflito acabou com um acordo de paz, sem a independência do estado.

Consequências e Legado do Período Regencial

O Período Regencial preparou o terreno para o Segundo Reinado. As inúmeras revoltas deixaram claro a necessidade de reformas políticas e sociais. Dentro desse contexto, destacam-se:

  • Lei de Interpretação do Ato Adicional (1840): Reduziu a autonomia das províncias, centralizando o poder e diminuindo as tensões.
  • Golpe da Maioridade: A antecipação da maioridade de D. Pedro II, em 1840, também foi uma resposta às instabilidades, buscando um poder centralizado e um monarca constitucional como figura unificadora.

A análise do Período Regencial é fundamental para entender a evolução política, social e econômica do Brasil. A transição do período regencial para o Segundo Reinado marca não apenas a mudança de um monarca, mas a consolidação de um estado-nação, o início de uma era de estabilização política sob a égide de um governo centralizado, ainda que muitas das questões sociais e regionais permanecessem latentes.

Em resumo, o Período Regencial é um capítulo essencial para compreender os desafios enfrentados pelo Brasil na consolidação de sua independência e na construção da sua identidade político-social. Para o Enem e vestibulares, aprofundar-se neste tema significa entender as raízes de muitas questões brasileiras contemporâneas, bem como apreciar a complexidade da nossa história.

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