Lista de livros obrigatórios da Fuvest 2030 a 2033 tem teatro e autores indígenas
A FUVEST divulgou com antecedência as listas de leituras obrigatórias para os vestibulares da USP entre 2030 e 2033. A medida permite que escolas, professores e estudantes organizem seus cronogramas de estudos a longo prazo. A nova seleção traz mudanças significativas, como a inclusão de autores indígenas, literatura asiática e o retorno das peças de teatro.
A antecipação tem como objetivo principal garantir uma preparação pedagógica mais sólida e estruturada. A expectativa é que os colégios consigam adaptar seus projetos de leitura com maior antecedência, facilitando a compreensão e o debate sobre os textos exigidos pela banca.
Entre os destaques, está a presença inédita de uma obra da literatura de Timor-Leste, além de livros escritos por mulheres indígenas e a valorização de linguagens contemporâneas, como a graphic novel. A diversidade de gêneros e origens culturais reforça o papel da Fuvest na construção de um vestibular mais inclusivo e representativo.
O retorno do gênero teatral também se destaca. Após um período de ausência, as peças voltam às listas oficiais com títulos consagrados da dramaturgia brasileira. A proposta amplia as competências exigidas dos candidatos, que deverão dominar tanto a leitura dramática quanto a análise literária dos textos.
Para 2030 e 2031, a peça escolhida é “A Moratória”, de Jorge Andrade, que aborda a decadência da elite cafeeira paulista. Já para 2032 e 2033, a leitura será “Orfeu da Conceição”, de Vinicius de Moraes, uma releitura do mito grego adaptada à realidade das favelas cariocas.
Outro ponto relevante é a valorização de novas linguagens narrativas. A graphic novel “Beco do Rosário”, de Ana Luiza Koehler, permanece como leitura obrigatória, exigindo dos estudantes domínio da leitura multimodal, que combina imagem e texto para construir significados complexos.
Foco em representatividade e ampliação do cânone literário
A coletânea “Originárias: uma antologia feminina de literatura indígena” entra na lista de 2030, reunindo contos escritos por mulheres indígenas brasileiras. A obra amplia o diálogo entre oralidade, ancestralidade e questões identitárias. Outro destaque indígena é o romance “Fantasmas”, de Daniel Munduruku, que estará presente em 2032 e 2033.
Já a literatura de expressão asiática entra pela primeira vez com o romance “O Plantador de Abóboras”, de Luís Cardoso, escritor de Timor-Leste. A obra trata de temas como colonização, memória e identidade nacional, oferecendo ao vestibulando uma nova perspectiva histórica e cultural dentro da lusofonia.
O equilíbrio entre autores consagrados, como Machado de Assis e Clarice Lispector, e vozes emergentes, como Paula Fábrio e Maria Firmina dos Reis, marca uma tentativa da Fuvest de manter a qualidade literária com maior diversidade. A lista de 2030 e 2031 é completamente renovada em relação ao ano anterior, exigindo atenção especial de quem costuma utilizar materiais de anos anteriores.
As listas dos anos de 2032 e 2033 mantêm parte das obras do biênio anterior e incluem novos títulos, equilibrando renovação e continuidade. A presença de romances, contos, poesia, teatro e graphic novel reforça a necessidade de uma leitura plural e crítica por parte dos estudantes.
Antes de 2029, a Fuvest manterá o foco exclusivo em autoras de língua portuguesa. A partir de 2029, o vestibular volta a incluir escritores brasileiros e de outros países lusófonos, retomando uma proposta mais abrangente e alinhada à diversidade da literatura produzida no mundo lusófono.
Confira abaixo as listas completas:
Obras obrigatórias Fuvest 2030 e 2031:
- Laços de família, Clarice Lispector (contos)
- Originárias, Trudruá Dorrico e Maurício Negro (contos)
- A moratória, Jorge Andrade (teatro)
- Uma faca só lâmina, João Cabral de Melo Neto (poesia)
- Beco do Rosário, Ana Luiza Koehler (graphic novel)
- Esaú e Jacó, Machado de Assis (romance)
- Memorial do convento, José Saramago (romance)
- A ilha fantástica, Germano Almeida (romance)
- Quarto de despejo, Carolina Maria de Jesus (romance)
Obras obrigatórias Fuvest 2032 e 2033:
- Laços de família, Clarice Lispector (contos)
- Orfeu da Conceição, Vinicius de Moraes (teatro)
- Uma faca só lâmina, João Cabral de Melo Neto (poesia)
- Beco do Rosário, Ana Luiza Koehler (graphic novel)
- Úrsula, Maria Firmina dos Reis (romance)
- Esaú e Jacó, Machado de Assis (romance)
- O plantador de abóboras, Luís Cardoso (romance)
- Casa de família, Paula Fábrio (romance)
- Fantasmas, Daniel Munduruku (romance)
Cronograma de leituras obrigatórias da Fuvest:
- Até 2028: somente autoras de língua portuguesa
- 2029: retorno de autores homens e diversidade de nacionalidades
- 2030 e 2031: nova lista com nove obras, incluindo autores indígenas e teatro
- 2032 e 2033: lista renovada parcialmente, com estreia de literatura asiática
NOTA DE CORTE SISU
Clique e se cadastre para receber as notas de corte do SISU de edições anteriores.
Agora sua informação está no WhatsApp!
Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia! CONHECER ➔
