Filosofia

Argumento Ontológico

O argumento ontológico é uma proposta filosófica que busca demonstrar a existência de Deus a partir da definição de Deus como o ser supremo, que não pode ser concebido de maneira maior. Essa ideia surgiu durante a Idade Média e continua a ser debatida na filosofia contemporânea. A sua relevância se dá principalmente no contexto das discussões sobre teísmo e ateísmo, além de ser um tema recorrente em provas de vestibulares e no Enem, onde se avalia a capacidade crítica e argumentativa dos estudantes.

Os principais pensadores que abordaram o argumento ontológico são São Anselmo de Cantuária, que formulou a primeira versão deste argumento no século XI, e Immanuel Kant, que apresentou críticas significativas a esta ideia no século XVIII. O argumento ontológico não é apenas uma questão teológica, mas também levanta importantes questões filosóficas sobre a natureza da existência, da definição e da lógica.

Principais conceitos do argumento ontológico

Para compreender o argumento ontológico, é importante discutir alguns conceitos-chave:

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  • Definição de Deus: No contexto do argumento ontológico, Deus é definido como um ser que possui todas as qualidades máximas — onipotência, onisciência e bondade. A definição sugere que Deus é o ser mais perfeito que se pode imaginar.
  • Existência como um perfeição: O argumento se baseia na ideia de que existir é uma qualidade que adiciona à perfeição de um ser. Portanto, se Deus é o ser mais perfeito, Ele deve existir.
  • Argumentação lógica: O argumento ontológico é um exemplo de raciocínio a priori, onde a conclusão é alcançada independentemente da experiência empírica.

História do argumento ontológico

São Anselmo de Cantuária

O argumento ontológico foi primeiramente articulado por São Anselmo em sua obra Proslogion, escrita em 1078. Anselmo formulou o argumento em duas etapas:

  1. Definição de Deus como “aquilo do qual nada maior pode ser concebido”.
  2. Se Deus é apenas uma ideia na mente, então podemos conceber um ser maior que Ele, que seria aquele que existe na realidade. Portanto, Deus deve existir.

René Descartes

Mais tarde, René Descartes desenvolveu outro modelo do argumento ontológico em sua obra Meditações sobre a filosofia primeira. Descartes argumentou que a essência de Deus está intrinsecamente ligada à sua existência. Para ele:

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  • A existência de um ser supremo é tão necessária quanto a definição de um triângulo contém a ideia de suas três sides.
  • Assim como um triângulo não pode existir sem suas propriedades, Deus não pode existir sem sua existência.

Críticas ao argumento ontológico

Immanuel Kant

A principal crítica ao argumento ontológico veio de Immanuel Kant, que argumentou que a existência não é uma propriedade ou perfeição que possa ser adicionada à definição de um ser. Para Kant, “existir” não é uma característica que torna algo mais perfeito. Em sua obra Crítica da Razão Pura, ele afirmou:

  • O argumento ontológico confunde uma proposição existencial com uma proposição analítica.
  • Afirmar que Deus existe é uma proposição que não pode ser comprovada apenas por análise lógica.

Outras críticas

Outros filósofos, como David Hume, também criticaram o argumento com base na ideia de que a existência de um ser supremo não pode ser racionalmente demonstrada. Hume argumentou que o conhecimento humano baseia-se em experiências, e a existência de Deus não pode ser provada independentemente dessas experiências.

Teorias filosóficas relacionadas

Além dos argumentos específicos sobre a existência de Deus, o argumento ontológico está interligado a várias correntes filosóficas, destacando-se as seguintes:

  • Teísmo: A crença na existência de um Deus pessoal que se envolve ativamente no mundo.
  • Ateísmo: A negativa mais radical à crença em Deuses, que vê o argumento ontológico como falho.
  • Agnosticismo: A posição de que a existência de Deus é desconhecida ou, em última análise, incognoscível.

Relevância contemporânea do argumento ontológico

Na filosofia contemporânea, o argumento ontológico ainda é uma área ativa de discussão. Filósofos modernos tentam refinar o argumento ou abordá-lo de novas perspectivas, como:

  • Argumentos modal: Filósofos como Alvin Plantinga propuseram uma versão do argumento ontológico baseada na lógica modal, que trata da possibilidade e necessidade de existência.
  • Estudo da linguagem: Alguns filósofos contemporâneos analisam a linguagem utilizada para descrever Deus e como isso impacta a argumentação.

Principais obras e autores

Os seguintes autores e obras são fundamentais para compreender o argumento ontológico e seu desenvolvimento histórico:

  • São Anselmo: Proslogion
  • René Descartes: Meditações sobre a filosofia primeira
  • Immanuel Kant: Crítica da razão pura
  • David Hume: Diálogos sobre a religião natural
  • Alvin Plantinga: The Nature of Necessity

Questões recorrentes em exames

O argumento ontológico pode ser abordado em questões de vestibulares e Enem por meio de:

  • Definições e interpretações do argumento.
  • Comparação com outros argumentos como o cosmológico e o teleológico.
  • Análise das críticas de Kant e de outros filósofos.
  • Discussões sobre o impacto do argumento nas diferentes correntes filosóficas contemporâneas.

Em suma, o argumento ontológico se mantém como uma peça central na discussão sobre a existência de Deus na filosofia, confrontando concepções de lógica, linguagem e fé ao longo da história do pensamento. O seu entendimento é crucial para estudantes que se preparam para exames, pois oferece uma base sólida para a reflexão crítica sobre questões existenciais e metafísicas.

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