Filósofo: Max Scheler

Max Scheler (1874-1928) foi um importante filósofo alemão cuja obra deixou um legado significativo na filosofia contemporânea. Sua análise das emoções, valores e da vida social propôs uma reavaliação da ética e da fenomenologia, influenciando pensadores subsequentes em áreas como psicologia, sociologia e antropologia. A relevância de Scheler para exames como o vestibular e o Enem se dá pela sua contribuição ao entendimento da moralidade, da experienciação humana e da intersubjetividade.

Contexto Histórico e Biográfico

Scheler nasceu em Munique, na Alemanha, e sua formação inicial incluiu estudos de filosofia, sociologia e psicologia. Ele se inscreveu no movimento fenomenológico, fundado por Edmund Husserl, mas, ao longo de sua carreira, desenvolveu suas próprias teorias que se distanciavam do pensamento husserliano. O contexto europeu do início do século XX, caracterizado por transformações sociais e políticas, como a Primeira Guerra Mundial, também influenciou suas reflexões filosóficas.

A Produção Filosófica de Max Scheler

A obra de Scheler abrange diversos temas e conceitos, mas alguns de seus principais focos incluem:

• Emoções e Sentimentos: Scheler desenvolveu uma teoria relevante sobre as emoções, argumentando que elas têm um papel fundamental na formação dos valores.
• Escala de Valores: Distinguia entre tipos de valores, como valores espirituais, morais, estéticos e materiais. Para ele, a hierarquia de valores deveria ser reconhecida numa sociedade saudável.
• Ética do Amor: Scheler propôs uma ética baseada no amor e na solidariedade, em contrapartida à ética utilitarista e contractualista predominantes em seu tempo.

Principais Obras

Max Scheler produziu uma vasta obra durante sua vida, sendo algumas de suas principais publicações:

• A Filosofia da Emoção (1913) – Neste livro, Scheler analisa a natureza das emoções e seu papel na experiência humana.
• O Formalismo na Ética e a Ética Material dos Valores (1916) – Aqui, ele critica o formalismo ético e apresenta sua abordagem de uma ética baseada em valores.
• A Ressurreição da Igreja (1926) – Um texto que aborda a relação entre religião e valores, destacando o papel da espiritualidade na vida humana.

Conceitos Fundamentais na Filosofia de Scheler

Para compreender a profundidade do pensamento de Max Scheler, é essencial destacar alguns de seus conceitos-chave:

Fenomenologia

A fenomenologia de Scheler é marcada por uma ênfase na intencionalidade das emoções e na sua capacidade de direcionar o sujeito a uma realidade que não é puramente objetiva. As emoções são vistas como mediadoras da relação do indivíduo com o mundo, permitindo uma compreensão mais profunda da experiência.

Teoria dos Valores

Na teoria dos valores, Scheler argumenta que existem três categorias de valores:

• Valores materiais: Ligados à satisfação de necessidades físicas.
• Valores espirituais: Relacionados ao conhecimento, à arte e à experiência estética.
• Valores éticos: Fundamentados na moralidade e na intersubjetividade, que promovem o bem-estar social.

Intersubjetividade

A intersubjetividade é um conceito central na obra de Scheler, que enfatiza que as experiências e os valores não são apenas subjetivos, mas são construídos em um contexto social. Essa perspectiva desafia a ideia de um individualismo absoluto e propõe que a convivência humana é essencial para a formação de identidades e valores.

Influências e Críticas

A obra de Scheler foi influente em várias correntes filosóficas e disciplinas. Seu pensamento foi dialogado com autores como:

• Edmund Husserl: Embora tenha sido aluno e um dos primeiros seguidores de Husserl, Scheler desenvolveu suas ideias de forma independente, propondo uma crítica ao formalismo husserliano.
• Martin Heidegger: Scheler é frequentemente contrastado com Heidegger, especialmente em relação à questão da existência e da essência humana.
• Henri Bergson: A ênfase de Scheler nas emoções ressoa com a filosofia da intuição de Bergson, embora ambos tenham abordagens diferentes sobre o tempo e a experiência.

Críticas Recebidas

Entre as críticas que suas obras receberam, destacam-se:

• Alguns filósofos acusaram Scheler de idealismo, sugerindo que suas teorias dos valores não levavam em conta a realidade concreta das interações sociais.
• Outros argumentaram que sua visão da ética do amor era excessivamente romântica e não considerava adequadamente as complexidades da vida social e suas contradições.

A Filosofia de Scheler no Contexto Contemporâneo

A filosofia de Max Scheler continua a ser relevante, especialmente em discussões éticas contemporâneas. Sua ênfase em valores e emoções é frequentemente aplicada em campos como:

• Psicologia: A compreensão emocional que Scheler propôs é fundamental em terapias que abordam a intersubjetividade e a empatia.
• Antropologia: Seu enfoque na formação de sociedades baseadas em valores morais e espirituais contribui para discursos sobre convivência e diversidade cultural.
• Filosofia Política: A ética do amor que Scheler defende pode ser aplicada em debates sobre justiça social, inclusão e direitos humanos.

Max Scheler na Educação

Para estudantes que se preparam para o Enem e vestibulares, compreender os conceitos de Max Scheler pode ser um diferencial nas provas. As questões frequentemente aproveitam temas como:

• O papel das emoções na formação dos valores e sua influência nas decisões éticas.
• A crítica ao individualismo e a necessidade de uma ética intersubjetiva.
• Discussões sobre como os valores moldam a vida social e a convivência humana.

Referências Bibliográficas

• Scheler, Max. A Filosofia da Emoção. São Paulo: Editora Atlas, 1995.
• Scheler, Max. O Formalismo na Ética e a Ética Material dos Valores. São Paulo: Editora Vozes, 1999.
• Scheler, Max. A Ressurreição da Igreja. São Paulo: Editora Paulinas, 1998.