Filósofo: Søren Kierkegaard
Søren Kierkegaard (1813-1855) é amplamente reconhecido como um dos fundadores da filosofia existencialista. Sua obra, marcada por uma profunda análise da subjetividade e da condição humana, aborda questões que ainda ressoam vigorosamente no pensamento contemporâneo. O foco de Kierkegaard na individualidade, na angústia e na escolha moral torna sua filosofia de relevância crucial para estudantes que se preparam para exames como o vestibular e o Enem.
Relevância de Kierkegaard na filosofia
Kierkegaard viveu em um período de transição na Europa, em uma época marcada pela Revolução Industrial e pela crescente secularização. Sua crítica à filosofia hegeliana, que enfatizava a razão e o coletivo em detrimento do individual, propôs uma nova abordagem que valorizava a experiência pessoal e a liberdade de escolha. Kierkegaard é fundamental para entender a relação entre o sujeito e suas decisões, destacando que a verdade é subjetiva e que cada indivíduo deve encontrar seu próprio caminho na vida.
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Estágios da vida
Uma das contribuições essenciais de Kierkegaard é a sua teoria dos “estágios da vida”, que são modalidades diferentes de existência. Ele descreve três estágios principais:
- Estágio estético: O indivíduo vive em busca do prazer e da satisfação imediata, evitando compromissos mais profundos.
- Estágio ético: Aqui, a pessoa assume responsabilidades e toma decisões com base em valores morais, buscando viver de acordo com normas éticas.
- Estágio religioso: Este é o ápice da existência, onde a pessoa se volta para a fé e a relação pessoal com Deus. No estágio religioso, a individualidade é intensamente abraçada, e a angústia em face da escolha é reconhecida.
Angústia e desespero
A angústia é um tema central em sua obra. Para Kierkegaard, a angústia não deve ser vista apenas como um estado emocional negativo, mas como uma condição essencial da vida humana. A angústia surge da consciência da liberdade de escolha e, consequentemente, da possibilidade de errar. O desespero, por outro lado, é considerado uma forma de angústia que resulta da alienação do verdadeiro eu. Ele identifica diferentes tipos de desespero, dependendo do grau de autoconhecimento e conexão com o divino.
Obras principais
Temor e tremor
Publicado em 1843, Temor e tremor é uma de suas obras mais conhecidas. Neste texto, Kierkegaard analisa a história de Abraão e Isaac, discutindo a relação entre fé e ética. A obra destaca o conceito de “salto da fé”, onde a crença genuína é um ato que transcende a razão e a normatividade ética.
A doença para a morte
Em A doença para a morte (1849), Kierkegaard explora a ideia de que o desespero é uma doença da alma. Ele argumenta que estamos em um estado de desespero quando nos alienamos de nossa verdadeira essência e propósito. A obra discute as formas de superação desse desespero através do reconhecimento e da aceitação da individualidade.
Influência e legado
A obra de Kierkegaard influenciou uma variedade de pensadores, desde existencialistas como Jean-Paul Sartre e Martin Heidegger até teólogos contemporâneos. Seu foco na individualidade e na subjetividade fez com que muitos o vissem como um precursor da psicologia moderna, contribuindo para a compreensão da identidade e da experiência humana.
Impacto no existencialismo
A filosofia de Kierkegaard influenciou o movimento existencialista, que destacou a liberdade individual, a responsabilidade e o papel da angústia na condição humana. Pensadores como Friedrich Nietzsche e Simone de Beauvoir revisitaram suas ideias, fornecendo uma nova perspectiva sobre a luta interior e a busca por sentido na vida.
Questões recorrentes em provas
Estudantes que se preparam para o Enem e vestibulares devem estar cientes de questões que abordam:
- A relação entre fé e razão na obra de Kierkegaard.
- Os três estágios da vida e suas implicações éticas.
- O conceito de angústia e desespero e sua relevância filosófica.
- A influência de Kierkegaard em pensadores posteriores.
- A análise da obra Temor e tremor como uma crítica à ética hegeliana.
Correntes filosóficas e autores relevantes
Além de sua própria filosofia, Kierkegaard dialogou com diversas correntes e autores. Sua crítica ao hegelianismo é um exemplo de sua preocupação com a individualidade em contraposição à lógica sistemática do pensamento de Hegel. Outros pensadores que podem ser relacionados ao seu trabalho incluem:
- Friedrich Nietzsche: Embora Nietzsche tenha derrubado muitos conceitos que Kierkegaard defendeu, ambos abordaram a individualidade e a busca por um sentido na vida.
- Martin Heidegger: A dicotomia entre ser e nada, e a ênfase na individualidade, são temas que também aparecem na obra heideggeriana.
- Jean-Paul Sartre: Sartre, como existencialista, aprofunda questões da liberdade e da responsabilidade, que são centrais na obra de Kierkegaard.
- Simone de Beauvoir: O existencialismo feminista de Beauvoir busca entender a condição humana sob uma perspectiva que Kierkegaard anteviu em sua ênfase na escolha e na subjetividade.
Contexto histórico
Kierkegaard viveu durante o século XIX, um período de intensas transformações sociais, culturais e filosóficas. Sua obra é muitas vezes vista em contraste com a filosofia hegeliana, que dominava o pensamento da época. A Revolução Industrial trouxe novas dinâmicas sociais que desafiavam as visões tradicionais de vida, e Kierkegaard procurava oferecer uma resposta às inquietudes existenciais geradas por essas mudanças.
Influência religiosa
A fé é um tema recorrente na filosofia de Kierkegaard. Ele criticou a religiosidade institucionalizada e buscou uma experiência mais pessoal e subjetiva da fé. Sua obra é perpassada pela ideia de que cada indivíduo deve encontrar seu próprio relacionamento com Deus, sublinhando a importância da fé na formação da identidade e no enfrentamento da angústia da existência.
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