História

Revolução de 1930

A Revolução de 1930 foi um marco importante na história do Brasil, pois representou uma ruptura com a República Oligárquica. Este evento transformou a política brasileira e introduziu mudanças significativas no governante, nas práticas políticas e na sociedade.

Contextualmente, a República Oligárquica (1889-1930) dominou o Brasil após a Proclamação da República. Neste período, o país foi controlado por elites agrárias, principalmente de São Paulo e Minas Gerais. Essas oligarquias perpetuaram o poder através de práticas como o “café com leite”, que se referia à alternância entre candidatos desses dois estados nas presidências. Essa dinâmica resultou em descontentamento popular.

Os principais eventos que levaram à Revolução

Na década de 1920, o Brasil vivia crises econômicas e sociais. A Primeira Grande Guerra (1914-1918) e a Crise de 1929 aumentaram a insatisfação popular. As demandas por mudanças políticas e sociais se intensificaram, principalmente nas classes médias e trabalhadoras.

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Em 1929, a situação econômica piorou com a queda dos preços do café, principal produto de exportação do Brasil. A crise afetou os cafeicultores, que perderam receitas significativas. Esse contexto econômico alimentou a revolta contra o governo de Washington Luís, que não conseguiu tomar medidas eficazes para mitigar a crise.

As eleições presidenciais de 1930 se tornaram um ponto crucial. O candidato da oposição, Getúlio Vargas, representava a aliança de partidos que buscava uma nova ordem política. Seu principal adversário era Júlio Prestes, apoiado pelo governo federal e pelas oligarquias.

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Vargas, apoiado por líderes de diversos estados, como Osvaldo Aranha e João Alberto, enfrentou a manipulação e as fraudes eleitorais que culminaram na vitória de Prestes. O descontentamento com o resultado eleitoral levou ao clamor por mudanças.

A Revolução e os Conflitos Iniciais

Em outubro de 1930, a Revolução de 1930 teve início. Vargas e seus aliados decidiram agir. Em 3 de outubro, eles proclamaram um movimento armado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Preparavam-se para invadir os estados apoiadores de Prestes.

Logo, o movimento se espalhou pelos outros estados. No dia 24 de outubro, tropas revolucionárias entraram em São Paulo, e Vargas proclamou a Revolução como uma defesa dos direitos do povo.

  • 03 de outubro de 1930: Revolta em Porto Alegre.
  • 24 de outubro de 1930: Entrada das tropas revolucionárias em São Paulo.

O governo de Washington Luís tentou resistir. Contudo, as forças revolucionárias tinham controle crescente sobre o território. O descontentamento popular também crescia.

O Fim do Governo de Washington Luís

Em 24 de outubro, Washington Luís foi forçado a renunciar. O novo governo estava em ação, embora Vargas estivesse apenas no comando distância. As autoridades estaduais e federais, sem apoio, já não tinham o ímpeto para resistir.

No dia 30 de outubro, Getúlio Vargas se tornou o novo presidente do Brasil. Ele assumiu o cargo de forma provisória. A nova administração prometeu transformar a política e atender as demandas sociais e econômicas da população.

  • 30 de outubro de 1930: Chegada de Getúlio Vargas à presidência.

As Medidas do Governo Provisório

O governo provisório de Vargas implementou diversas reformas. Ele buscou centralizar o poder e fortalecer o estado. A Constituição de 1934 resultou nesse processo de centralização. As novas medidas focaram em atender os interesses de diversos grupos sociais.

Entre as principais ações do governo provisório, destacam-se:

  • A criação do Ministério do Trabalho, que buscava regular as relações de trabalho.
  • Estabelecimento do voto secreto e do voto feminino.
  • Reformas que almejavam modernizar e diversificar a economia brasileira.

As medidas tomadas por Vargas visavam reduzir a influência das elites oligárquicas. Ele buscou apoio popular, principalmente das classes médias e trabalhadoras. Essa relação foi fundamental para sua sustentação no poder.

Vargas tentou um governo mais nacionalista. Ele impulsionou o desenvolvimento industrial e buscou a integralidade da economia brasileira. Essa nova abordagem alterou o panorama político e social do país.

Contudo, a instabilidade política ainda rondava o governo. Grupos contrários a Vargas começaram a se organizar, motivados pelas tensões sociais e políticas. No campo, a oposição à centralização do poder crescia.

O Caminho até a Consolidação do Poder

No contexto das tensões, Vargas enfrentou pressões internas e externas. Insatisfações culminaram em revoltas e greves por todo o país. Entretanto, ele se mostrou firme em suas propostas e nas reformas.

Em 1932, surgiram novas demandas por uma nova constituição. O movimento constitucionalista exigia eleições diretas e devolução do poder ao povo. As lutas por reformas continuaram, mas a resistência ao novo regime era forte.

Em 7 de setembro de 1934, a nova Constituição foi promulgada. Ela assegurou direitos sociais, estabeleceu a Justiça do Trabalho e reforçou a imagem de Vargas como o “Pai dos Pobres”. Após as reformas, Vargas se manteve no cargo, e as eleições de 1934 e 1938 solidificaram seu poder.

  • 1932: Mobilização pelo movimento constitucionalista.
  • 07 de setembro de 1934: Promulgação da nova Constituição.

Apesar das reformas e do fortalecimento do governo, a Revolução de 1930 deixou um legado de instabilidade política e conflitos. As tensões entre os diferentes grupos sociais continuaram a moldar o futuro político do Brasil.

A Revolução de 1930, portanto, foi um evento crucial na história do Brasil. Ficou marcada por mudanças profundas na estrutura política do país, na relação entre as elites e o povo e na formação do Estado moderno brasileiro.

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