Universidades estaduais cogitam reduzir participação no SISU
Diversas universidades estaduais estão cogitando retirar vagas do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), plataforma usada pelo Ministério da Educação (MEC) para ofertar vagas em Instituições Públicas de Ensino Superior usando as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Uma das propostas, apresentada pelo reitor da Universidade de Pernambuco (UPE), Pedro Falcão, é a saída em bloco de todas as universidades estaduais do Sisu. Atualmente, metade dos calouros da UPE (1.740 jovens) ingressam pelo sistema. A outra metade é aprovada no Sistema Seriado de Avaliação (SSA), seleção organizada pela própria universidade.
O assunto será discutido pela Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) durante o 65º Fórum Nacional de Reitores da Abruem. O encontro será no Maranhão entre os dias 23 e 26 de outubro. A entidade tem 46 afiliadas, das quais 39 são estaduais. Dessas, pelo menos 17 participam do Sisu, disponibilizando 100% das vagas de graduações na plataforma ou apenas um percentual dos ingressos.
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“Há uma forte tendência de diminuição da oferta de vagas, no Sisu, das universidades estaduais. Mas ressalto que isso depende de cada instituição, que submete a decisão ao seu conselho universitário. O tema será discutido no Maranhão com todos os reitores da Abruem. Faremos uma reflexão conjunta”, afirma o presidente da entidade e reitor da Universidade Estadual da Paraíba, Rangel Júnior.
De acordo com reitores de universidades, fatores corroboram para isso: o aumento da evasão, a insegurança em relação ao Enem e o não repasse de verbas, por parte do MEC, para assistência estudantil. “Percebemos que muitos estudantes se matriculam e depois desistem. Há casos também de universidades que precisam fazer várias chamadas do Sisu para preencher as vagas. No caso da UEPB, por exemplo, já chegamos a realizar 15 chamadas”, observa Rangel.
Ele diz que as estaduais estão atentas ao Enem. “É um exame importante, de qualidade e que ajudou a modificar o ensino médio brasileiro. Mas foram muitas mudanças no Inep. Essa instabilidade nos preocupa”, comenta o presidente da Abruem.
Sobre a assistência estudantil, Rangel diz que desde 2015 as universidades estaduais não recebem dinheiro federal. “Uma das vantagens colocadas pelo MEC para adesão ao Sisu era o apoio financeiro para assistência estudantil. Mas isso só aconteceu até 2014. Fortalecemos o sistema nacional com as nossas vagas mas não temos nenhuma contrapartida do governo federal para continuar nele”, destaca o reitor da UEPB.
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