Lista de leituras obrigatórias da Unicamp 2027 inclui livros e canções sociais
A lista de leituras obrigatórias da UNICAMP 2027 traz uma proposta inovadora ao unir literatura e música para promover a análise crítica da realidade brasileira e global. As obras selecionadas abordam temas como desigualdade, racismo, identidade e resistência, exigindo dos candidatos não apenas leitura, mas reflexão contextualizada.
A seleção contempla títulos de autores nacionais e estrangeiros, além de letras de músicas que dialogam com questões sociais. O objetivo da universidade é que o estudante reconheça vozes plurais e compreenda as múltiplas formas de expressão artística como caminhos de interpretação da sociedade.
Entre os destaques, está o romance Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá, de Lima Barreto, que critica as estruturas da elite brasileira do início do século XX, evidenciando o desencanto com instituições e o papel da burocracia na exclusão social.
A coletânea Morangos mofados, de Caio Fernando Abreu, ganha foco especial com contos como “Aqueles dois” e “Pêra, uva ou maçã?”, que tratam de afetividade, exclusão e busca por identidade, com linguagem poética e forte apelo emocional.
Com contos ambientados entre Nigéria e Estados Unidos, No seu pescoço, de Chimamanda Ngozi Adichie, destaca a experiência da imigração e o enfrentamento do racismo e das desigualdades de gênero. A leitura exige sensibilidade para perceber os choques culturais e os conflitos identitários nas tramas.
A autora brasileira Conceição Evaristo, com Olhos d’água, oferece narrativas que retratam a vida de mulheres negras e o cotidiano periférico com lirismo e crítica social, revelando a potência da escrita da experiência como ferramenta de resistência.
Obras musicais e seu papel na leitura crítica
Além dos textos literários, a UNICAMP incluiu 15 canções de Paulo César Pinheiro. As letras foram selecionadas pela capacidade de discutir temas como opressão, ancestralidade, luta social e esperança, dentro de uma linguagem artística sofisticada.
Entre as músicas obrigatórias, destacam-se “Canto das Três Raças”, “Desenredo” e “Pesadelo”, que abordam, respectivamente, a herança africana, a busca por identidade e o medo gerado pela repressão. As canções dialogam diretamente com questões históricas e políticas brasileiras.
Outras letras como “Mordaça”, “Cordilheira” e “Vento Bravo” expandem o universo simbólico ao explorar temas como silêncio forçado, resistência emocional e enfrentamento das adversidades. A musicalidade é tratada como instrumento pedagógico de reflexão.
O estudo dessas canções deve incluir escuta ativa, análise textual e interpretação das metáforas e dos contextos históricos em que foram compostas. A prova da UNICAMP frequentemente exige o cruzamento entre diferentes linguagens e formas de expressão.
Para garantir um bom desempenho, os candidatos devem organizar um cronograma de estudos que contemple a leitura integral das obras, releitura de trechos relevantes, fichamento dos temas principais e debates intertextuais. O aprofundamento temático é essencial.
A leitura contextualizada é uma das exigências centrais da universidade, que espera dos vestibulandos uma análise que vá além do enredo. Isso inclui refletir sobre estruturas de opressão, desigualdade, violência e identidade presentes nas narrativas e letras musicais.
- Obra literária: Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá – Lima Barreto
- Obra literária: Morangos mofados – Caio Fernando Abreu (com contos selecionados)
- Obra literária: No seu pescoço – Chimamanda Ngozi Adichie
- Obra literária: Olhos d’água – Conceição Evaristo
- Obras musicais: 15 canções de Paulo César Pinheiro, como “Canto das Três Raças” e “Pesadelo”
Cronograma de estudo recomendado:
- Janeiro a março: leitura integral das obras literárias
- Abril a junho: releitura e fichamento temático
- Julho a agosto: estudo das canções e contextualização histórica
- Setembro: exercícios de interpretação e simulações de prova
- Outubro a novembro: revisão geral e análise intertextual.
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