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Fies abre prazo para pedidos de renegociação de dívidas

Os estudantes que estão inadimplentes com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) terão nova chance para renegociar a dívida a partir desta segunda-feira, dia 29 de abril. O objetivo do governo federal é reduzir em R$ 2,2 bilhões o passivo do programa. Os estudantes interessados terão até o dia 29 de de junho para renegociar a dívida.

portaria foi publicada no Diário Oficial da União na quarta-feira, dia 03 de abril, referente ao Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), e estabelece que aqueles estudantes que estiverem inadimplentes com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) terão de 29 de abril a 29 de julho para solicitar a renegociação da dívida. A medida é válida apenas para quem fez o contrato até o 2º semestre de 2017 e que esteja com pelo menos três meses de atraso.

O número de inadimplentes há pelo menos três meses, foco da iniciativa, atinge 517 mil contratos. De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do saldo devedor total do programa, de R$ 11,2 bilhões, cerca R$ 2,2 bilhões referem-se aos inadimplentes há 90 dias.

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Como funciona o Fies

Pelo Fies, os estudantes cursam a faculdade em uma instituição privada, e a União paga as mensalidades. O estudante tem de começar a quitar as prestações um ano e meio após formado.

A renegociação é voltada para estudantes que contrataram o financiamento até 2017, que não sejam alvo de ações judiciais e estejam com atrasos acima de 90 dias. As regras de renegociação foram firmadas em novembro de 2018, ainda no governo Michel Temer (MDB).

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Pelas regras até 2017, os estudantes tinham de começar a quitar as prestações um ano e meio depois de formados. No fim de 2017, o MEC alterou o programa e retirou o prazo de carência.

Os interessados devem pagar uma entrada de 10% do valor da dívida ou R$ 1.000 (o que for maior). A dívida vencida, acrescida de juros e demais encargos, poderá ser paga em quatro anos. A parcela mínima mensal está estipulada em R$ 200.

Deverão solicitar a renegociação no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal, por meio dos canais de atendimento que serão disponibilizados por cada agente financeiro.

“Com a renegociação, o estudante e seu fiador voltam à condição de adimplência junto ao Fies e os agentes financeiros efetuarão a baixa da restrição junto aos órgãos de proteção ao crédito”, informou o FNDE.

O programa, que chegou a ter 732 mil novos contratos no auge, apenas em 2014, sofreu encolhimento a partir do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) e também sob Michel Temer (MDB). Neste ano, o governo anunciou a oferta 100 mil contratos.

As alterações iniciadas ainda governo Dilma ocorreram para conter a falta de sustentabilidade do programa, que havia passado por facilitações no acesso a partir de 2010. A crescente inadimplência é uma das maiores preocupações da União.

Desde 2014, o volume de devedores é maior do que o de adimplentes. A ausência de estudos sobre calotes na formulação do programa e de acompanhamento desses indicadores foi uma das falhas apontadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) em auditoria de 2016.

O MEC criou em 2012 um Fundo Garantidor, que serve como um fiador coletivo. Ele é composto por parte dos valores dos repasses do Tesouro às instituições de ensino, mas ele só cobre uma inadimplência total de até 10%.

As alterações do governo Temer no programa criaram três modalidades. A primeira manteve a lógica já consagrada do Fies, em que o governo faz o financiamento direto para o aluno (com juros zero). Já as outras duas modalidades passaram a prever a atuação de bancos privados. Foram chamadas de P-Fies. Por prever os juros praticados pelo mercado, o modelo não decolou. Das 210 mil vagas prometidas em 2018 nessa modalidade, só foram efetivados 500 contratos, segundo informações da ABMES (associação que representa as instituições privadas de ensino superior).

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