História

Eleições indiretas para presidente

As eleições indiretas para presidente no Brasil ocorreram em momentos cruciais da história política do país. Este sistema foi empregado em várias ocasiões, principalmente durante períodos de transição de governos e em contextos de instabilidade política. Neste texto, vamos explorar as principais características, eventos e personagens envolvidos nas eleições indiretas no Brasil.

Uma das primeiras experiências com eleições indiretas ocorreu durante o governo dos militares, que assumiram o poder em 1964. O regime militar implantou um sistema autoritário e, devido à repressão das liberdades democráticas, as eleições diretas foram suspensas. A escolha do presidente da República passou a ser realizada pelo Colégio Eleitoral, composto por representantes estaduais e distritais.

O sistema das eleições indiretas no regime militar

O sistema de eleições indiretas foi formalizado pela primeira vez com a Constituição de 1967, que manteve as eleições indiretas para a presidência e estabeleceu um Colégio Eleitoral que elegeria o novo presidente e o vice-presidente. Como resultado, esse modelo foi utilizado em várias situações posteriores ao golpe militar.

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O primeiro presidente a ser eleito indiretamente após 1964 foi Artur da Távola, um militar que se tornou presidente entre 1964 e 1967. O sistema permitiu que o governo militar exercesse controle sobre o processo político, evitando a competição democrática e minimizando a possibilidade de uma candidatura que pudesse ameaçar o regime.

O caso de Costa e Silva

Em 1966, Artur da Távola não buscou a reeleição, e o novo presidente foi Humberto de Alencar Castelo Branco, que foi sucedido pelo Artur da Costa e Silva em 1967. A eleição de Costa e Silva foi marcada por uma maneabilidade política que caracterizava o regime militar. Ele enfrentou um cenário de resistência civil que crescia nas ruas.

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No entanto, a situação política se agravou. O regime implementou o AI-5 em 1968, fechando o Parlamento e suspendendo os direitos políticos. Nesse contexto, Costa e Silva continuou a ser apoiado pelas forças armadas, mantendo-se no poder sem eleições diretas.

Abertura política e resistência

Com a saída de Costa e Silva, o regime militar começou a se abrir para mudanças. Emílio Garrastazu Médici, que sucedeu Costa e Silva em 1969, continuou a aplicar medidas de repressão à sociedade civil. Médici, no entanto, buscou ao mesmo tempo uma legitimação política.

Na tentativa de acalmar a insatisfação popular, o regime militar promoveu uma abertura política gradual. Em 1974, a eleição de Ernesto Geisel como presidente marcou o início de um ciclo de transição. No entanto, ainda em 1974, o Colégio Eleitoral manteve seu papel central na escolha dos presidentes.

O retorno das eleições diretas

O contexto político começou a mudar radicalmente a partir do final da década de 1970. O regime militar enfrentava forte pressão por parte de movimentos sociais e pela sociedade civil exigindo eleições diretas e o respeito à democracia.

A partir de 1979, o governo militar anunciou uma nova fase de abertura política. O Pacote de Abril, elaborado pelo governo de Geisel, estabeleceu um novo modelo eleitoral. O Colégio Eleitoral ainda era utilizado, mas permitiu a participação do voto direto em algumas eleições estaduais e municipais.

A pressão por diretas já ganhou força em 1984, enquanto a sociedade clamava por um retorno à democracia. Líderes como o ex-presidente Juscelino Kubitschek e o político Tancredo Neves uniram forças. A mobilização social envolveu uma vasta gama de setores: estudantes, sindicatos e organizações populares.

Tancredo Neves e a Transição Democrática

Em 1984, as forças políticas se uniram para indicar Tancredo Neves como candidato a presidente. Ele foi eleito pelo Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985, o que simbolizava uma transição importante. No entanto, Tancredo não chegou a assumir a presidência, falecendo antes de tomar posse.

O vice-presidente José Sarney assumiu o cargo e, com isso, deu início ao processo de redemocratização do Brasil. Sarney enfrentou um país com grandes desafios econômicos e sociais, além de uma sociedade dividida.

O legado das eleições indiretas

As eleições indiretas no Brasil refletiram a dinâmica política e social do país em diferentes períodos. A transição do regime militar para a democracia foi um marco que redefiniu a história brasileira. A resistência contra a ditadura mostrou a força do povo, que exigiu mudanças e a restauração das liberdades democráticas.

Apenas com o restabelecimento das eleições diretas em 1989, o Brasil pôde escolher um presidente com base no voto popular. A trajetória das eleições indiretas, portanto, serve como um lembrete dos períodos sombrios da história brasileira. Ela também destaca a importância da luta pela democracia e a participação popular nas decisões políticas.

O tema das eleições indiretas oferece uma visão crítica sobre a história do Brasil, sendo relevante para compreender as conquistas e desafios do passado democrático do país. Compreender isso é fundamental para os estudantes que se preparam para o Enem e os vestibulares.

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