Resumo de Livro

Análise do livro Dom Casmurro – Machado de Assis

O romance Dom Casmurro é dividido em 148 capítulos de diversas dimensões, predominando os curtos, assim como em Memórias Póstumas de Brás Cubas. A narrativa vai lenta até o capítulo XCVII, a partir do qual se acelera, como declara o próprio narrador, ao dar-se conta da sua lentidão: “Agora não há mais que levá-la a grandes pernadas, capítulo sobre capítulo, pouca emenda, pouca reflexão, tudo em resumo. Já esta página vale por meses, outras valerão por anos, e assim chegares ao final” (Cap. XCVII).

Ação – O enredo da obra não é dinâmico, já que predomina o elemento psicológico. A narrativa é digressiva, ou seja, interrompida todo o tempo por fugas da linearidade para acrescentar pensamentos ou lembranças fragmentadas do narrador.

Foco narrativo – O romance é narrado em primeira pessoa, por Bento Santiago, que escreve a história de sua vida. Dessa forma o romance funciona como uma pseudo-biografia de um homem já envelhecido que parece preencher sua solidão atual com a recordação de um passado que nunca se distancia verdadeiramente porque foi marcado pelo seu sofrimento pessoal. A visão, pois, que temos dos fatos é perpassada da sua ótica subjetiva e unilateral.

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O Título – “Dom Casmurro” reflete uma das características mais marcantes do protagonista masculino no crepúsculo da existência: a visão amarga e doída de quem foi traído e machucado pela vida, e, em conseqüência disso vai-se isolando e ensimesmando. “Não consultes dicionários, Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo” (Cap. I).

Tempo – O tempo é cronológico, cuja primeira referência é o ano de 1857, no momento que José Dias sugere a D. Glória a necessidade de apressar a ida de Bentinho para o seminário. Em 1858, Bentinho vai para o seminário. Em 1865, Bentinho e Capitu casam-se. Em 1872, Bentinho e Capitu separam-se. Aliás, se observarmos melhor essas datas, veremos que entre a ida de Bentinho para o seminário e o casamento decorrem sete anos, entre este último e a separação mais sete anos. Se tomarmos em conta essa “suposta coincidência”, podemos perceber que cada período forma um ciclo completo: ascensão, plenitude e declínio ou morte do sentimento amoroso.

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Espaço – Toda a ação narrativa passa-se no Rio de Janeiro: há inúmeras referências a lugares, ruas, bairros, praças, teatros, salões de baile que evocam essa cidade imperial O narrador faz-nos acompanhar sua trajetória pelos bairros e ruas do Rio, desde o Engenho Novo, onde escreve sua obra, até a Rua de Matacavalos, onde passou sua infância e conheceu Capitu. É interessante lembrar, que as duas casas amarram-se novamente num círculo perfeito, já que a do Engenho Novo foi construída à semelhança da casa de Matacavalos. A tentativa do narrador de atar as duas pontas da vida parece funcionar não apenas na ligação entre o presente e o passado, mas também na própria estrutura da obra, como vimos na introdução dessa parte. Por outro lado, há também ligeiras referências a São Paulo, onde foi estudar Direito o ex-seminarista Bentinho, e também à Europa onde morre Capitu, e mesmo aos lugares sagrados, onde morre Ezequiel (Jerusalém).

Dom Casmurro

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